Em comunicado conjunto divulgado neste domingo (13), os líderes das sete maiores potências econômicas do mundo reafirmaram seu comprometimento em combater a pandemia do coronavírus.

Até o fim de 2022, os governantes dos países mais industrializados distribuirão cerca de um bilhão de vacinas para os países menos desenvolvidos. Dentro desse número estão as 500 milhões de doses prometidas pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a serem doadas para cerca de 90 países pobres. O Brasil não está contemplado nesse pacote e não houve a divulgação de quais nações seriam beneficiadas com o gesto solidário.

O intuito é otimizar o processo de vacinação e promover uma recuperação social e econômica mais rápida e de oportunidades.

Outros assuntos discutidos presencialmente

Na reunião ocorrida em Carbis Bay, no sudoeste da Inglaterra, e coordenada pelo premiê britânico Boris Johnson, os países ricos podem optar pelo financiamento das doses ou por meio compartilhado, via programa Covax.

Apesar da boa notícia, algumas ONGs e a própria Organização Mundial da Saúde (OMS) não reagiram bem à iniciativa. De acordo com eles, serão necessárias 11 bilhões de vacinas para extinguir a Covid-19 no mundo todo.

Essa foi a primeira reunião presencial do G7 desde o início da pandemia.

Quando se fala em pandemia, surge à mente a China.

Na mesa de debates em Carbis Bay, dois pedidos foram formalizados no documento final: o primeiro seria uma maior colaboração e transparência por parte das autoridades chinesas acerca das investigações sobre a origem do coronavírus. O segundo se baseou no respeito aos direitos humanos de uma minoria étnica localizada em Xinjiang e nas questões conturbadas de natureza social e política de Hong Kong.

Ainda falando de Oriente, os líderes da cúpula declararam apoio à realização das Olimpíadas de Tóquio, desde que os japoneses garantam medidas de segurança sanitária aos participantes.

Meio ambiente e Rússia

A questão ambiental e o aquecimento global também foram objeto de debates, já que haverá uma conferência climática na Escócia, prevista para novembro de 2021.

Um dos principais desafios é limitar o aquecimento em até 1,5° C em comparação com a era pré-industrial. O número cravado baseia-se em opiniões de cientistas, os quais acham que se a Terra passar deste limite, as mudanças no clima serão irreversíveis.

Uma vez que o tempo se apresenta crucial, os governantes anunciaram uma redução pela metade na emissão de gases de efeito estufa até o ano de 2030. Ademais, eles desejam a extinção das usinas movidas à carvão e, numa direção mais ousada, pretendem cortar, neste ano, qualquer tipo de subsídio fornecido às indústrias de combustíveis fósseis.

Eles mencionaram um auxílio de até US$ 2 bilhões ao financiar o meio ambiente nos países mais pobres e, de acordo com os próprios integrantes do G7, a tendência de contribuir monetariamente é só de crescimento: 100 bilhões de dólares por ano para desenvolver e implantar as políticas ambientais dos países em desenvolvimento.

No documento, a expectativa dos líderes é que se conservem e protejam 30% das terras e mares até o fim desta década.

Finalmente, nem a Rússia escapou da roda de discussão. O G7 pediu para que o governo de Vladimir Putin termine com suas “atividades desestabilizadoras”, numa alusão às interferências contínuas e frequentes nas democracias mundiais e aos ataques cibernéticos e roubo de dados atribuídos aos hackers instalados em solo russo.

“Reiteramos nosso interesse por relações estáveis e previsíveis com a Rússia e reafirmamos nosso apelo à Rússia para encerrar suas atividades desestabilizadoras e maliciosas”, disse o comunicado do grupo.