Após Ataque terrorista no Afeganistão, Joe Biden declarou que 12 das 73 mortes confirmadas no atentado nos arredores do aeroporto de Cabul, são membros das forças norte-americanas. Em declaração na Casa Branca, na tarde desta quinta-feira (26) o presidente disse que os bombardeios foram obra de combatentes de uma célula Estado Islâmico no país, conhecido como ISIS Khorasan, ou ISIS-K. O ocorrido marcou um dos dias mais mortíferos para as forças dos EUA no Afeganistão nos 20 anos desde a ocupação dos exércitos aliados.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, lamentou a perda dos membros do serviço militar dos EUA e prometeu retaliações contra o grupo que orquestrou os ataques.

Biden declarou que continuará o processo de retirada dos norte-americanos da capital afegã. De acordo com a Casa Branca, estima-se que as forças dos Estados Unidos ajudaram mais de 100.000 pessoas a deixar o Afeganistão desde 14 de agosto.

“Para aqueles que realizaram este ataque, assim como para qualquer um que deseje mal à América, saibam disso: não vamos perdoar. Não vamos esquecer. (...) Vamos caçá-los e fazê-los pagar. Vamos resgatar os americanos. Vamos tirar nossos aliados afegãos. E nossa missão continuará. A América não será intimidada”, disse.

Um porta-voz do Talibã, grupo que controla Cabul desde a queda do governo afegão há quase três semanas, condenou o incidente e disse que o grupo tomará todas as medidas para levar os culpados à justiça.

Os talibãs são responsáveis pela segurança em torno do aeroporto.

Ataque às torres gêmeas

A ocupação dos Estados Unidos no Afeganistão foi uma reação aos ataques terroristas às duas torres gêmeas do World Trade Center e ao Pentágono, em 11 de setembro de 2011. Na ocasião, dois aviões atingiram os edifícios, causando quase 3 mil mortes e outro foi lançado contra o prédio administrativo do governo norte-americano, em Arlington, Virgínia.

Os EUA acusaram o Talibã de dar abrigo ao grupo terrorista Al Qaeda, que assumiu a autoria do atentado.

Em outubro de 2001, tiveram início as operações militares no Afeganistão. Na época, a Aliança do Norte, grupo armado afegão que se opõe aos talibãs, forneceu a maior parte das forças terrestres. A OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e os Estados Unidos ofereceram, na fase inicial, o apoio tático, aéreo e logístico.

As ruas de Cabul foram tomadas em dois meses. Em 2004, eleições foram realizadas no país e, em 2011, as forças norte-americanas anunciaram a morte de Osama Bin Laden, líder da Al Qaeda.

Estima-se que mais de 2 mil militares americanos foram mortos e mais de 20 mil foram feridos durante os 20 anos de ocupação no Afeganistão, além de centenas de mortes de diversas nacionalidades. Fontes internacionais afirmam que os afegãos os mais impactados pelos números da ocupação. Houve mais de 60 mil mortes nas forças de segurança e quase o dobro de mortes civis.

Retirada das tropas norte-americanas

O governo de Donald Trump, havia estabelecido, em meados de 2020, data para a retirada das forças americanas, apontada para o 1 de maio de 2021.

Mas em janeiro de 2021, cinco meses antes desta data, um novo governo assumiu o governo dos Estados Unidos.

O novo presidente Joe Biden inicialmente afirmou que a data estipulada por Trump não seria cumprida, por razões de segurança, mas que a guerra chegaria a um fim, de uma forma ou de outra.

Ao mesmo tempo, novas negociações entre o governo afegão e os Talibãs continuaram, com o presidente Ashraf Ghani exigindo que os islamitas abrissem mão da violência para que assim pudessem reentrar no processo político do país.