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Todos nós temos manias. E qual é a sua? Há pessoas que tem mania de limpeza, outras de desvirar chinelos, checar se o fogão não está soltando gás, dormir sempre do mesmo lado da cama, roer as unhas, usar a mesma camisa quando o time para o qual torce joga.

A mania é um hábito particular. Ela pode ser controlada ou modificada. Dentro do conceito popular, mania é um termo importado da psiquiatria que se tornou sinônimo de hábito ou costume. As manias muitas vezes aparecem nas crises de ansiedade. Não chegam a ser uma obsessão, porém muitas vezes irritam os outros ou até a própria pessoa.

Com disciplina e boa vontade é possível controlar as manias. Com algum esforço, é possível deixar para o dia seguinte a arrumação da casa, controlar o mau hábito de roer as unhas, etc. Para abandonar estes costumes, basta ter boa vontade, não é necessário recorrer a um médico. Porém, quando os costumes atrapalham em excesso o seu dia-a-dia, isso pode ser indício de doença.

As manias viram doença quando trazem sofrimento para o indivíduo. Elas podem indicar um problema conhecido como transtorno obsessivo - compulsivo (TOC). Essa doença se caracteriza por pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e persistentes que, quando acontecem, são experimentados pelo paciente como intrusivos, originando ansiedade ou sofrimento, não permitindo que se tenha controle sobre suas ações.

Segundo uma médica renomada, os sintomas da doença são percebidos, principalmente, a longo prazo. Alguns comportamentos podem ser sinais de alerta: preocupação excessiva em relação com a objetos para que estejam muito organizados, simétricos, definidos ou alinhados; lavar as mãos ou tomar banho repetidas vezes; verificar toda hora se portas e janelas estão fechadas; preocupar-se exageradamente com doença, sujeira, vírus, germes, ter ideias repetitivas que surgem de maneira incontrolável.

Os pacientes com TOC têm obsessões e compulsões que reconhecem serem absurdas, mas não conseguem controla-las. A ansiedade acentuada decorrente desses comportamentos pode levar ao sofrimento e a exaustão.

Para se fazer o tratamento do TOC, primeiro os sintomas devem ser analisados e constatados por um psiquiatra em uma avaliação clínica.

Se a doença for constatada, o tratamento é necessário. O médico provavelmente irá receitar antidepressivos inibidores da recaptação de serotonina. A terapia também é muito importante. Ela é uma abordagem não medicamentosa com comprovada eficácia. O princípio básico da terapia é expor a pessoa à situação de ansiedade, começando pelos sintomas mais brandos. Os resultados costumam ser melhores quando se associam os dois tipos de abordagem: terapia e remédios. Mas vale lembrar que hábitos e preferências não podem ser confundidos com o transtorno obsessivo - compulsivo.

Enfim, manias todos temos, porém quando percebemos que estamos sofrendo demais devido a elas, precisamos da ajuda de um profissional para podermos ter uma melhor qualidade de vida.