Até onde ir em nome da beleza? Não é de hoje que pessoas do mundo todo não medem as consequências e deformam seus corpos para ficarem mais 'atraentes'. A moda entre as mulheres é ter coxa grossa, bumbum empinado e rosto plastificado.

Exemplo disso é o drama que está enfrentando a modelo Andressa Urach, internada em Porto Alegre em estado grave, respirando por aparelhos. Isso é consequência do procedimento de aplicação de hidrogel nas coxas há alguns anos. A substância não foi absorvida pelo corpo e causou infecções na perna de Andressa.

A aplicação foi feita há cinco anos para engrossar suas coxas, mas em julho ela se submeteu a uma cirurgia para retirada do hidrogel, pois havia emagrecido e sentia dores na região. Médicos afirmam que esse procedimento de colocar hidrogel para aumentar partes do corpo já está ultrapassado e não é aconselhado, pois pode provocar sérios danos à saúde.

O produto constitui-se de solução fisiológica e poliamida sintética e é comumente usado para procedimentos de preenchimento de 'buraquinhos' no rosto, no pescoço ou em reparação de cicatrizes. Também em casos de assimetria de coxas, panturrilhas, glúteos e outros e é aplicado através de injeções. Nesses casos são usados de 2 a 3 ml do procedimento, ou seja, Andressa usou aproximadamente 200 vezes a quantia autorizada pela Anvisa.

O produto é diluído em água e adquire consistência emborrachada após a aplicação. Apenas profissionais podem fazer esse procedimento. O cirurgião-plástico Prado Neto, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, acredita que a aplicação em Andressa deve ter sido feita por um paramédico, ou seja, uma pessoa não especializada em cirurgia plástica. O hidrogel pode causar necrose, infecções, embolia pulmonar, reações alérgicas e levar até à morte.

E o caso da modelo é ainda mais grave, pois ela injetou também polimetilmetacrilato (PMMA), que também é autorizado pela Anvisa, mas pode provocar infecção, processo inflamatório e levar até à septicemia (infecção generalizada).