O deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi entrevistado pelo jornalista Roberto Cabrini, no programa “Conexão Repórter”, exibido pelo SBT na madrugada de domingo (11) para segunda-feira (12).
Nesta segunda, a Câmara dos Deputados vota o processo de cassação do ex-presidente da casa e decidirá se Cunha perde ou não mandato de deputado federal pelo estado do Rio de Janeiro.
Impeachment
A primeira entrevista foi gravada no dia 31 de agosto, data em que o Senado votava o afastamento definitivo da ex-presidente Dilma Roussef (PT). Eduardo Cunha, em frente a televisão, esboça um leve sorriso quando a decisão do afastamento é lida pelo presidente do Superior Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski.
“Eu não diria que me sinto responsável pelo impeachment”, disse Cunha. “Cumpri minha obrigação, na medida em que houve uma denúncia, de dar curso a essa denúncia”, comentou o deputado.
Segundo ele, o afastamento definitivo de Dilma não é uma vitória pessoal. “Não entendo como vitória pessoal. Nem busquei essa vitória pessoal. Eu entendo como meu dever”, analisou.
O deputado ainda garantiu que não derrubou a ex-presidente. “Eu aceitei a denúncia”, disse. Cunha falou também que teria recebido propostas em reunião com o ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner. “Houve ofertas para que eu aderisse a sua base”, denunciou.
Presidente da Câmara
Eduardo Cunha afirmou com todas as letras que devolveu o protagonismo político ao legislativo.
“O legislativo era um puxadinho do Planalto. Só carimbava o que o Planalto mandava”, explicou.
Em frente ao Congresso Nacional, o deputado federal que pode sofrer cassação nesta segunda-feira, afirmou que quem tem que mandar no Congresso são os eleitores.
Cunha afirmou que já foi chantageado algumas vezes. “Eu já sai de conversas que não me agradaram”, relatou o deputado.
Golpista e inocente
O deputado federal falou que não deixa de dormir e diz ser vítima. “Eu não perco o sono por causa de absolutamente nada. Sei que sou inocente do que me acusam. Sou vítima de um processo político”, afirmou.
A única coisa que o abala é ser chamado de corrupto ou ladrão. “Eu sou muito chamado de golpista. Quem me chama de golpista é petista”, disse Cunha.
Delação
Na última parte da entrevista, Eduardo Cunha afirmou que não faria delação premiada. “Delação premiada é para quem cometeu crime, eu não cometi crime”, afirmou com contundência.