Você se recorda do Eneas e o seu velho bordão "Meu nome é Eneas!"? Então veja o vídeo e veja só o que ele disse no passado sobre o deputado federal Jair Messias Bolsonaro.
Quem foi Enéas?
Enéas Ferreira Carneiro, que era fervoroso e radical filiado do partido à época chamado de PRONA, foi um cardiologista, físico, matemático, professor, escritor e político brasileiro que, religiosamente, em toda a eleição presidencial, concorria ao "cargo" mais desejado entre a classe política brasileira. Sempre exarando posicionamentos fortes e polêmicos, Enéas "dava o que falar".
Ele era bem conhecido por ser nacionalista, ferrenho opositor do neoliberalismo e do comunismo. Era tido como mais um homem de extrema direita, embora, naquela época, ele dissesse que era de "esquerda-direita" ou só "nacionalista".
O político faleceu em 6 de maio de 2007, aos 68 anos, mas até hoje deixa lembranças na memória de quem tinha idade o suficiente para lembrar-se de sua jornada política.
Relembre o icônico vídeo de campanha política de Enéas para as eleições à presidência da República de 1994:
Defensor de Bolsonaro
Em 2005, durante uma das sessões do Congresso Nacional, Enéas Carneiro, sempre crítico de seus colegas políticos, usou a tribuna para elogiar Jair Bolsonaro, a quem ele se referia como "capitão".
Enéas falou a respeito do posicionamento do deputado em relação ao projeto que visava impossibilitar o comércio de armas de fogo para a população. Enéas citou o crescente aumento do número de homicídios naquela época e disse, ainda, que apenas 5% da população tinham acesso a armas de fogo. "Olhe para os Estados Unidos, tem 48%", disse Eneas, fazendo alusão à "armada" população norte-americana.
Lá, o comércio de armas é intenso, a depender do Estado. O político explicitou, ainda, que era uma "enorme besteira" desarmar a população brasileira, que devia ter o direito constitucional de se defender, o que seria violado, caso uma alteração na legislação fosse aprovada.
Assista ao vídeo e saiba mais sobre o posicionamento de Enéas, que elogiou Bolsonaro em 2005:
Em 2005, em referendo, a população rejeitou o dispositivo da lei que proibiria a venda de armas no Brasil.
Enéas denominou a tentativa de proibir a venda de armas para a população como "retrocesso".
Sugestão Legislativa 4/2017
No início deste ano, uma Sugestão Legislativa, assinada por mais de 20 mil pessoas, solicitou ao Congresso Nacional medidas no sentido de revogar a Lei n° 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento), que impõe duras regras ao comércio de armamentos no Brasil. Em regra, a legislação em comento proíbe a circulação livre de armas no território nacional, salvo para algumas categorias profissionais. Segundo a lei, para se ter legalmente uma arma de fogo é preciso possuir mais de 25 anos de idade, ter "capacidades técnica e psicológica", não possuir antecedentes criminais, bem como não estar respondendo a inquéritos ou processos criminais, além da demonstração da necessidade do uso de armas.
A Sugestão Legislativa fundamenta-se na "autoproteção" das pessoas, que poderiam melhor se defender usando armas de fogo.