Nesta quinta-feira (10), o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), realizou mais uma de suas tradicionais lives. Ele aproveitou para falar sobre o "relatório paralelo" que culminou no afastamento de um relator do TCU. No início da transmissão, ele elogiou o documento, dizendo que está bem escrito e elaborado.
“Segundo o TCU, que é um acórdão não conclusivo, deixo bem claro aqui, mas com muitos indícios, com fortíssimos indícios de supernotificação. O TCU diz aqui então neste documento de mais de 100 páginas. Este critério apresenta o risco de incentivar indesejável supernotifcação do número de casos da doença, visando a má obtenção de recursos por parte do estado”, disse o presidente.
O presidente disse que quanto mais mortes por Covid, mais dinheiro para o estado.
“Diz também o TCU que a pasta, no caso, do ministério da Saúde, deveria criar mecanismos para assegurar que os dados informados pelos gestores, dos secretários municipais de saúde, estivessem coerentes com a realidade para evitar a supernotificação”, afirmou Bolsonaro.
Bolsonaro ataca imprensa durante live
Bolsonaro afirmou que a imprensa brasileira, em 2020, se uniu para tentar divulgar os dados de mortes por Covid-19 dizendo que queria deixar os dados mais transparentes para a população.
O presidente atacou a imprensa ao dizer que tem preguiça de ler e que quando fazem a leitura não sabem realizar a interpretação correta.
Ele pediu para que a imprensa tivesse acesso ao relatório do auditor do TCU que fala sobre supostos casos de supernotificações de mortes por coronavírus para entender o que o governo queria fazer no ano passado.
Bolsonaro volta a defender tratamento precoce para Covid-19
Durante sua live, o presidente também voltou a defender o tratamento precoce contra a covid-19.
"Se nós tiramos então estes possíveis óbitos, que giram entre 5% a 60%, segundo se prevê este documento aqui não conclusivo do TCU, o Brasil passaria a ter um número de mortes por milhões de habitantes pequeno perto de outros países. O número de óbitos pequenos perto de outros países. Pequeno não, bastante reduzido. Qual seria o milagre disso aí?
Com toda a certeza, o tratamento imediato. Não vou falar outro nome aqui para a live não cair. O tratamento imediato feito com o quê? Você sabe", disse o presidente.
Bolsonaro afirmou que há 2 dias em conversa com representantes da área empresarial de todo o Brasil perguntou quem já teve covid-19 e tomou os remédios defendidos por ele para tratamento precoce da doença. Segundo o líder do executivo, 70% das pessoas presentes levantaram o braço indicando que tinham se medicado com os remédios que não têm comprovação científica.
O presidente disse que, durante evento religioso que participou recentemente, perguntou para um grupo de pessoas quem se tratou com os remédios defendidos por ele e, segundo dados do esposo de Michelle Bolsonaro, a metade das pessoas levantou a mão indicando que tinha aderido ao tratamento precoce.