Segundo informações do colunista Valdo Cruz, do portal G1, militares da ativa avaliaram que o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), afrontou o Exército ao nomear o general e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello para ocupar um cargo no Palácio do Planalto. A cúpula do Exército não teria visto com bom olhos o fato de o mandatário ter pedido aplausos para o general durante cerimônia nesta terça-feira (1).

A avaliação dos militares ocorre em meio às polêmicas enfrentadas por Pazuello. Bolsonaro nomeou o ministro faltando poucos dias para que o comandante Paulo Sérgio Nogueira decida acerca de uma eventual punição a Pazuello por ele ter participado de evento político ao lado de Bolsonaro.

Pazuello é nomeado por Bolsonaro com novo cargo

O presidente da República concedeu a Pazuello o cargo de secretário de Estudos Estratégicos da Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. O general da ativa deixou o comando do Ministério da Saúde há dois meses e agora receberá R$ 16,9 mil mensais em sua nova função.

O comunicado da nova função de Pazuello foi publicado no Diário Oficial da União nesta terça-feira. Quem assinou a portaria com a nomeação foi Luiz Eduardo Ramos, ministro da Casa Civil.

Militares querem punição a Pazuello, diz colunista

Segundo Valdo Cruz, a maioria do Exército defende que Pazuello deve ser punido por participar de um ato político ao lado de Bolsonaro. Eles acreditam que se o ex-ministro não for punido, o comandante do Exército poderá passar uma imagem de descrédito e pode ser desmoralizado. Isto porque, se Pazuello não for punido, mostrará para os demais que é permitido desrespeitar o regulamento Disciplinar do Exército, pois ficará impune.

Segundo informações do colunista, o comandante do Exército deve se pronunciar sobre o caso de Pazuello até o fim desta semana.

O tema estava com previsão de ser analisado nesta quarta-feira (2) por oficiais do Alto Comando do Exército.

Pazuello nega manifestação político-partidária

Em sua defesa, o ex-ministro afirmou que sua presença em evento com Bolsonaro não representou uma manifestação político-partidária.

Bolsonaro também defendeu Pazuello dizendo que ele não deve ser punido por causa disso. O mandatário afirmou que o evento não teve nenhum viés político. A declaração foi dada durante a live do presidente que ocorreu na última quinta-feira (27). Além de dizer que o evento não teve caráter político, Bolsonaro acrescentou que ainda não tem partido político. Segundo o chefe do executivo, o evento representou apenas um movimento a favor da liberdade, democracia e apoio a Bolsonaro.

Apesar disso, o comandante do Exército já deixou claro que a decisão acerca de Pazuello não será tomada baseada em pressões externas.