Segundo informações da coluna Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo, a deputada Carla Zambelli (PL), apoiadora do presidente Jair Bolsonaro (PL), tentou ir a um evento do grupo Lide (ligado à família do ex-governador de SP João Doria) em Nova York, no qual ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) iriam palestrar. Sem conseguir adquirir um ingresso, a parlamentar viu frustrados os seus planos.

Ainda de acordo com a coluna, a deputada chegou a telefonar para os bancos e corretoras, além de lideranças políticas que têm relação com instituições financeiras em uma tentativa de conseguir um convite.

O grupo Lide não divulga o valor dos ingressos, mas, segundo jornal, eles custam em torno de US$ 10 mil (cerca de R$ 53 mil).

Pessoas próximas a Carla Zambelli afirmaram à Folha que a deputada iria tentar fazer alguns questionamentos ao ministro do STF e Presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre de Moraes. Em declarações ao jornal, no entanto, a parlamentar negou.

Desde que chegaram aos EUA para o evento, os ministros do STF têm sido alvos de ataques de bolsonaristas. O ministro Luiz Roberto Barroso, por exemplo, chegou a ser hostilizado por uma mulher enquanto fazia um passeio pela Times Square, tradicional ponto turístico da cidade.

A Lide Brazil Conference ocorre entre os dias 14 e 15 de novembro, no New York Harvard Club, no centro de Manhattan.

Além de 260 empresários, políticos e convidados, comparecem ao evento, além de Barroso e Moraes, os ministros Carmem Lúcia, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Dias Toffoli.

Rosa Weber repudia

Em nota, a ministra Rosa Weber, atual presidente do Supremo, repudiou os ataques que os ministros estão sofrendo pela ala bolsonarista em Nova York.

"A democracia, fundada no pluralismo de ideias e opiniões, a legitimar o dissenso, mostra-se absolutamente incompatível com atos de intolerância e violência, inclusive moral, contra qualquer cidadão", afirmou.