Na manhã desta segunda-feira (28), em entrevista coletiva, o delegado titular da 1ª Delegacia de Homicídios Rodrigo Reis, anunciou o esclarecimento dos fatos relacionados a morte da menina de 12 anos encontrada na madrugada do dia 17 deste mês no bairro Lomba Pinheiro, em Porto Alegre. De acordo com o delegado Reis, a menina foi executada por conta da disputa pelo tráfico de drogas na região, e considerou a morte esclarecida pelos agentes. “A menina foi morta por causa da disputa do tráfico drogas, mas ela mesma não tinha envolvimento com os traficantes” diz Reis.

A coletiva realizada pela imprensa nesta manhã teve a participação da diretora e delegada do Departamento de Homicídios, Vanessa Pitrez, e do delegado da Divisão de Inteligência, Eibert Moreira Neto.

Os agentes destacaram que o disque denúncia foi de suma importância para o esclarecimento dos fatos, mesmo que todas as informações repassadas tenham sido feitas anonimamente. Também foram ouvidos membros da família da menina, cuja a mãe dela é falecida e o pai não se sabe onde mora. Outras pessoas também prestaram depoimentos.

Irmão mudou de facção dentro da cadeia

Ainda segundo a Polícia, o irmão da vítima que está preso, no início do ano passado teria mudado de facção criminosa dentro do Presídio Central, e, por conta disso, ele teve que mudar de ala penitenciária.

De acordo com o delegado Reis, mesmo depois de seu irmão ter mudado de facção criminosa, a menina continuou morando no mesmo local onde era dominada pela facção abandonada e teria começado a frequentar festas realizadas pelos rivais em uma área vizinha.

“Quando souberam da presença dela nas festas, os traficantes a raptaram e a levaram para o Beco do David, no Lomba Pinheiro e a executaram a tiros no local”, disse Reis.

Ainda de acordo com os policiais, os traficantes tinham medo de que a menina passasse informações importantes da facção para os rivais.

A menina, que era moradora da vila Tamanca, no bairro Agronomia, foi morta com dez tiros, um na cabeça e nove na região das costas. Segundo os agentes, não há indícios de que ela tenha sido torturada pelos assassinos.

O delegado Reis da 1º DPHPP, nos conta que duas pessoas teriam participado da execução da jovem e chegaram a ser presos, mas um dos envolvidos no crime conseguiu escapar durante uma diligência policial, o fugitivo é um adolescente filho de um dos chefes do tráfico na região. Com a prisão dos suspeitos, os agentes apreenderam duas pistolas uma de calibre 9 mm e outra de calibre 32.

As balas utilizadas na execução da jovem foram de calibres iguais às armas apreendidas pela polícia. "Agora só aguardaremos o laudo balístico para confirmar que as armas apreendidas pelos agentes com os suspeitos são as mesmas usadas na prática da morte da jovem", contou o delegado Reis.

Além das armas, a polícia apreendeu com os suspeitos meio quilo de maconha e dois coletes à prova de balas.