Neste sábado e domingo é comemorado o Dia de São Cosme e Damião. A data, de origem católica, é tradicionalmente celebrada em todo o Brasil, com a típica distribuição de doces populares nas casas dos seguidores das religiões: católica e de origem africana, como candomblé, xangô, xambá, batuque e umbanda. Na cidade de Maricá, os comerciantes estimam um aumento nas vendas de 25 a 50% comparado a 2014, nas principais lojas de doce do Centro.
Na avenida Vereador Francisco Sabino da Costa, o vendedor da Carvalho Doces comemora o movimento em sua loja.
Quase sem poder se movimentar no interior e muito atarefado, Veraldo Amparo dos Santos, que trabalha há quatro anos no ramo, diz que o Dia de São Cosme e Damião oferece um aumento de 25 a 30% nas vendas dos doces.
“Neste período, o que sai mais são as guloseimas típicas, como a pipoquinha, bala, pirulito, maria-mole, geleia, suspiro e bananada. O Dia das Crianças também é muito bom para a gente, mas não se compara a essa data, que movimenta muita gente”, explicou.
Já Vanessa de Barros, vendedora, atua em seu comércio na praça Conselheiro Macedo Soares há mais de 20 anos. Ela, que começou com uma banca pequena, hoje domina o comércio na região, com muita oferta de doces. Nesta data, ela acredita que tem um aumento de 50% em comparação com 2014.
“Eu sempre me surpreendo, porque aparecem senhoras que levam sacolas cheias de doces para distribuir no fim de semana. Para a gente não tem momento ruim”, comemora.
História e proibição
O Dia de São Cosme e Damião é encarado de diferentes formas pelas religiões brasileiras. Segundo conta a história, os irmãos Cosme e Damião eram gêmeos árabes que se compadeciam de doentes, curando-os sem cobrar dinheiro.
Eles ficaram conhecidos como inimigos do dinheiro e posteriormente foram acusados de serem inimigos dos deuses romanos. Por esse motivo, os jovens foram condenados à morte por ordem do Imperador Romano Diocleciano, por volta do século IV d.C.
Na religião católica, eles são vistos como santos padroeiros dos médicos e dos farmacêuticos.
Com o sincretismo religioso, negros africanos escravizados no Brasil cultuaram a imagem dos santos como se fossem os orixás Ibejis, representados pela imagem dos gêmeos.
Para homenagear os santos, religiosos começaram a "consagrar" as guloseimas e tal, como o Halloween norte-americano, adultos distribuem às crianças em uma data específica. O gosto pegou e até hoje a tradição segue.
Atualmente, religiosos evangélicos são contra a tradição católica, pois acreditam que os doces são vistos como “amaldiçoados” por espíritos malignos. Em contrapartida, na data, algumas igrejas protestantes oferecem suas próprias guloseimas para seus frequentadores.