A região do centro do Rio vai ganhar um novo meio de transporte no primeiro semestre do ano que vem. Está prevista para abril a inauguração da primeira linha do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que lembra muito os bondes do começo do século XX, mas tem uma roupagem nova e muito mais moderna.

O VLT Carioca é um dos primeiros do mundo a não depender de fios no alto para funcionar, e os trilhos também não apresentarão risco de eletrocução em dias de chuva e enchente: há um sistema que garante a alimentação das locomotivas pelo solo (APS), mas isolando a energia apenas onde o trem está passando.

Serão 28 quilômetros de trilhos, por onde as composições vão passar e parar em 42 estações, espalhadas por seis linhas. A principal delas ligará a Rodoviária Novo Rio, no bairro de Santo Cristo, ao Aeroporto Santos Dumont, no centro, passando pela nova zona portuária. A Praça Mauá, que fica no meio do caminho, foi o local escolhido para um teste com passageiros, na manhã deste sábado (21).

Depois de apresentada à imprensa pelo prefeito Eduardo Paes (PMDB), a primeira composição do VLT Carioca montada e equipada circulou em testes e recebeu alguns passageiros que pediram para experimentar a novidade. Quando inaugurado, o VLT circulará com velocidade média de 15 km/h, e em trechos com fluxo grande de circulação de pedestres, a 5 km/h.

Os primeiros trens foram fabricados em La Rochelle, na França, e os demais estão sendo montados e configurados em Taubaté (SP), de onde viajam até os pátios de oficina.

A tarifa do novo transporte ainda não foi definida, mas a tendência é que custe R$ 3,10, 30 centavos mais barato que a tarifa modal. Há a intenção de que o VLT seja integrado ao bilhete único carioca, que hoje permite que o passageiro embarque em dois ônibus municipais no período de uma hora, pagando R$ 3,40, e passaria a permitir uma terceira perna.

Estuda-se também a possibilidade da integração com trens,metrô ou com o bilhete único estadual, que atualmente dá direito a duas passagens em ônibus intermunicipais em duas horas e meia, pelo valor de R$ 5,95. Como o VLT não terá catracas, um decreto será criado para evitar que a população saia sem pagar: quem for flagrado pelas câmeras e fiscalização, e não tiver como provar que validou seu cartão, pagará multa.