No auge do seu funcionamento, nos anos 70, o luxuoso Hotel Binder, localizado na Av. Redenção, região central de São Bernardo do Campo, chegou a hospedar personalidades importantes e artistas de renome. Gente como Nana Caymmi, Elba Ramalho e Tônia Carrerocirculavam pelos corredores.O maestro Michel Philippot e sua esposa, a conhecida pianista brasileira Ana Stella Schic, chegaram literalmente a morar no hotel, enquanto trabalhavam no antigo Instituto de Artes do Planalto.

Há muitos anos, o cenário de luxo foi embora. Restou um prédio destruído pelo vandalismo em um terreno com mais de 3 mil metros quadrados.

O local foi adquirido por um banco em 1995, e depois repassado para um empresário que demonstrou interesse em reerguer o hotel, desta vez direcionando os serviços para a comunidade de origem islâmica. A mesquita da cidade, que atrai visitantes de todo o país durante o ano, garantiria uma ocupação mínima e viável. Também está prometido um edifício comercial no mesmo terreno, mas ainda nada saiu do papel.

Com o descaso, moradores de rua invadiram e ocuparam o espaço. A polícia foi acionada diversas vezes pelos vizinhos devido a denúncias de roubos, tráfico de drogas e prostituição.

Em 2014, a prefeitura exigiu que o terreno fosse utilizado para algum fim, caso contrário o mesmo seriadesapropriado.

Como solução, os invasores foram retirados e o casarão que abrigava o restaurante do hotel foi demolido, dando lugar a um improvisado estacionamento.

O caso é semelhante ao do Best Shopping, na Chácara Inglesa, derrubadorecentemente. Construções abandonadas e imóveis ociosos entraram na mira da administração municipal. Como forma de pressionar os proprietários, o IPTU écobrado de forma progressiva até o momento em que o valor total da dívida justificaa desapropriação.

Além do Hotel Binder, é possível encontrar pela cidade diversos "esqueletos" de edifícios. Um dos mais conhecidos entre os são-bernardenses está localizado na Av. Prestes Maia,ao lado da escola municipal Monteiro Lobato. Apesar de não sofrer com invasões, o terreno é foco de doenças e a torre, com 30 andares, se tornou um cartão-postal negativo para o município.