Conversando com o tio de minha esposa numa oportunidade em que nos visitou em nossa casa, ouvi algo que jamais tinha ouvido na minha vida de 41 anos de idade. De imediato, reforcei meu pensamento de que aprendemos sempre e cada dia e instante, principalmente no convívio com os idosos.

Antes de contar o que ouvi do senhor José Augusto, tio de minha esposa, deixo claro aqui a minha gratidão a Deus por ainda ter pais e tios idosos, e avó quase centenária, vivos, sem desperdiçar uma oportunidade sequer de conversar sempre com eles, nas constantes vezes que os visito.

Mas retornando à nossa conversa, percebo que fica no ar a pergunta: O que foi dito de tão emblemático pelo tio de minha esposa, José Augusto, um homem culto, experiente na vida, de boa conversa, alegre, e muito sábio, por sinal? Será que me disse algo jamais ouvido, ou que minha memória não permita lembrar, mas que sempre uso como exemplo, principalmente para os mais jovens?

Quem disse sim como resposta, acertou. Em meio a uma conversa descontraída, saiu uma mensagem que carrego comigo, sempre, nas conversas que estabeleço com outras pessoas.

“Delano, meu filho, tenho 76 anos de idade e hoje vejo meus filhos e netos, convivo com todos nessa alegria que vê, mas o que me intriga, é vê-los acreditar que eu estou ultrapassado, que não sei nada da vida, nem os perigos que correm”.

Com estas palavras abriu caminho para fechar seu pensamento, convicto de que tristes são os jovens de hoje, que pensam que sabem mais que os idosos, pois enquanto vivem o seu tempo, o idoso vive a sua terceira idade, mas por ter passado por todas as fases da vida, e ainda vive a dos jovens de hoje.

Confesso que fiquei maravilhado com tanta sabedoria. Naquela conversa pude ver como tem, o Senhor Augusto, sabedoria, pois minha sensatez me priva de discordar de sua verdade.

Os idosos têm mesmo muito a nos ensinar, seja pela experiência vívida ao longo de sua vida, seja pela sabedoria, mas, com certeza, bem menos pela insanidade, pois mesmo que se encontre em condições mentais que não permitam uma total lucidez, ainda têm muito a ensinar aos mais jovens.