O canal Viva, em parceria coma Rede Globo,começou a exibir na última segunda- feira (23) uma série de episódios novos da "Escolinha do Professor Raimundo", às 23h15. Chamado de "Nova Escolinha", o programa tem redação final de Daniel Adjafre e Péricles Barros, e direção-geral de Cininha de Paula, uma das responsáveis pelo sucesso da versão clássica.
A releitura é uma homenagem pelos 25 anos da Escolinha original, que tinha o Professor Raimundo Nonato interpretado por Chico Anysio em uma sala de aula com alunos bem curiosos e outros mais do que folclóricos.
De vez em quando, até dava para realmente aprender algo com as perguntas, mas a maioria esmagadora do texto era realmente pra fazer rir. E conseguia.
O anúncio da nova versão, feito há alguns meses, repercutiu bem e deixou a nítida impressão que os atores foram escolhidos a partir da semelhança física com alguns dos personagens clássicos. E o trabalho de caracterização da Globo não deixou por menos: alguns estão exatamente iguais aos artistas da sitcom original. Isso não significa que todos estão bem na atuação, pelo contrário: Otaviano Costa - que é excelente apresentador no Video Show - não lembra em nada a atuação de Ptolomeu, interpretado anteriormente por Nizo Neto, um dos filhos de Chico.
Outro que não surpreende pela ruindade com que interpreta é Rodrigo Sant'anna, que acabou dando um tom mais "homoerótico" que puxa-saco e bobalhão ao Seu Batista (papel de Eliezer Motta nos anos 90). Mateus Solano, infelizmente, é uma das decepções: o Zé Bonitinho (imortalizado por Jorge Loredo) foi muito afetado pelo maior papel do jovem ator até aqui: definitivamente, o Félix de "Amor à vida" ainda não saiu dele.
No restante do elenco, nada a repreender: homenagens bastante dignas, e alguns que emocionaram com tamanha fidelidade aos personagens: o casal Marcelo Adnet (Rolando Lero) e Dani Calabresa (Dona Catifunda) deu show e ambos me arrancaram gargalhadas nos dois episódios. Evandro Mesquita (Armando Volta) surpreendeu positivamente na hora do "sambarilove", e Ellen Rocche não deve em nada à Capitu de Cláudia Mauro.
Marcius Melhem deixou Seu Boneco ainda mais malando, e Marco Ricca levou Pedro Pedreira de forma bastante fiel ao original de Francisco Milani. Até Bruno Mazzeo - quem diria! - fez rir, mas dá para sentir faltade alguma mescla com atores da primeira versão. André Lucas, Nizo Neto, Eri Johnson e até Pedro Bismarck, Paulo Cintura e Sérgio Mallandro poderiam ter pintado na Nova Escolinha.
Na internet a recepção não poderia ser melhor: durante a estreia, a hashtag #NovaEscolinhaNoVIVA entrou nos Trending Topics e o especial ganhou muitos elogios. Se eu fossea "Vênus esbranquiçada", fixaria o programa. O humor brasileiro carece do "Sai de Baixo" e da Escolinha.