O que nos torna pessoas é a capacidade que temos de nos desenvolver de forma racional e estratégica dentro desse globo que nos coloca desafios diários, conflitos constantes, sobretudo quando se trata de convivência. É convivendo que vamos nos tornando, nos fazendo e criando laços duradouros. Somos uma mistura de jeitos e trejeitos, um misto de ideias e personalidades que, juntos, dão ânimo para nossa existência.

A criação, desde nossos primórdios, de hábitos e valores, regras e leis, dá surgimento àquilo que define um povo, comunidade ou tribo, a Cultura, ou seja, o cultivo de comportamentos e rituais que um grupo de pessoas praticam.

Desde muito cedo somos participantes desses valores, querendo ou não, para nos socializarmos e também criarmos um conjunto de motivos que servem para regular nossa vida em conjunto, nossa convivência.

As crenças, religiões, seitas, processos de iniciação de uma tribo, os gêneros que aparecem com mais destaques em nossos dias, as inúmeras formas de ser, simplesmente nos mostram o quanto é essencial termos uma identidade, algo que nos defina, apesar de estarmos nesse processo de definição. A importância desse tema é algo que nos cerca, pois somos o que somos por acreditarmos em algo, seja material ou espiritual, somos seres buscando nossa completude em algo ou alguém. Há a necessidade de um olhar filosófico ao outro.

No fundo, a diferença nos une.

Nessa completude vem as decepções por colocarmos expectativas em coisas ou pessoas, devido a naturalidade que temos em sermos carentes, buscando fama, status, poder, ou mesmo uma vida simples; dá trabalho viver. Vamos nos formando nessa teia social e virtual, mostrando o quanto somos capazes e aprendendo novos costumes, tipos de culturas, estilos de vida, vamos nos encantando com tudo isso.

As viagens, as comidas, as roupas, as condutas, o poder da linguagem, tudo gera conhecimento e, principalmente, humanização, algo que nos falta quando não temos a empatia, ou seja, a capacidade de se colocar no lugar do outro de forma que se possa estabelecer um mínima compreensão da dor ou alegria que passa além das aparências.

Por fim, se há fim nesse tema, devemos nos colocar na cultura do outro para esboçarmos algum tipo de entendimento com aquele que nos dá ritmo nesse ciclo vital e temporário que estamos vivendo, ou seja, o outro. Compreender o mundo passa por esta delicadeza que não procuramos enxergar, a de olhar ao redor e não somente para frente, a de conhecer antes de criticar.