Uma das maiores plataformas da internet vive hoje um dilema que, se cogitado no passado, seria desacreditado por uma maioria esmagadora. Isso porque é algo totalmente contraditório à proposta original do site: a liberdade de expressão.

O que acontece é que a Wall Street Journal, uma importante e antiga revista americana, acusou ninguém menos que Felix Kjellberg, dono do canal intitulado PewDiePie (o maior canal do YouTube atualmente) de antissemitismo. O Youtube, ao invés de averiguar o caso com maior cautela, simplesmente quebrou contrato com o PewDiePie, praticamente ignorando o fato de que o Youtuber é um dos motivos pelo qual o site se tornou tão grande.

Não fosse isso o bastante, a "mídia da velha guarda" ainda conseguiu fazer mais pressão, acusando o Youtube de ser um site não seguro e dizendo que as marcas poderiam ter suas propagandas vinculadas à vídeos extremistas. A plataforma da Google, mais uma vez, se posicionou contra si mesma e começou a privilegiar vídeos que fossem family friendly - que em tradução literal seria algo como "amigável para a família" - ou seja, vídeos que fossem livres para todos os públicos. O impacto disso foi que, para vídeos que não entram nessa nova classificação, a monetização caiu bruscamente, ou, em alguns casos, não há monetização alguma. Essa situação fez os Youtubers (em sua maioria os que criam conteúdo para uma faixa etária diferente da infantil e da familiar) entrarem em guerra contra a "mídia da velha guarda" para não acabarem por falir.

Por mais que pareça difícil, não são apenas os Youtubers que já estão na plataforma há anos que estão sofrendo nessa nova fase da empresa. Para quem quer iniciar agora ou acabou de criar seu canal, há uma nova barreira: para poder monetizar os videos é necessário ao menos 10.000 (dez mil) visualizações no canal.

Não bastando, ainda temos criadores de conteúdo e seus próprios seguidores relatando bugs no sistema, como visualizações totalmente incoerentes com o número de inscritos, o botão de "gostei" se desmarcando sozinho ou o algorítimo do site trazendo vídeos repetitivos ou com poucas visualizações para os Vídeos em Alta.

O futuro do site ainda é incerto e, em meio a tantas coisas desfavoráveis pra quem quer ingressar ou simplesmente continuar vivendo da empresa da Google, fica a dúvida: Será que o Youtube vai virar um site infantil? Será que, em algum ponto, a empresa vai voltar a apoiar seus colaboradores de um modo mais justo e sensato?