Ouça-me bem, Amor / Preste atenção, o mundo é um moinho / Vai triturar teus sonhos, tão mesquinho / Vai reduzir as ilusões a pó. Hoje, ao acaso, me deparei com essa Música do grande mestre do samba Cartola na interpretação de Cazuza.
Ao chegar em casa, ouvi a musica algumas vezes, pois o refrão "grudou" em minha mente. Ao longo dessas simples linhas tentarei fazer uma interpretação sobre ela e nossas vidas.
Uma opinião
A letra fala de alguém triste, mas consciente das decisões que a pessoa que ela ama tomou de ir embora. Trata com melancolia o sofrimento da perda de um grande amor.
Muitas vezes, em nossa necessidade de viver cometemos sobressaltos, nos esquecemos de quem nos fez o bem, de quem nos ama de verdade.
Um misto de resignação e profecia. A certeza do arrependimento irá acontecer, mas, orgulhosos que somos, o ser humano muitas vezes não quer admitir que está errado, suas fraquezas, seus vícios e decepções.
As minhas decepções? Sim, elas existem. Os fracassos, os erros, as reviravoltas da vida muitas vezes são doídas, mas necessárias para aprendermos. Mas assim como a música do grande mestre do Samba, muitas vezes a vida também não tem final feliz. Mas pode sempre ter um novo começo.
Quando se quer, sempre é possível
A decisão de ir embora pertenceu à pessoa. A de voltar também.
A de esperar (ou não) pertence a nós. A decisão de nossas vidas sempre está em nossas mãos, por mais que alegamos as circunstâncias ou conveniências para tais escolhas. Devemos sempre tirar o melhor proveito do que acontece em nossas vidas, tentar sempre fazer o melhor.
Hoje, com a casa vazia, no silêncio da noite, ao fechar meus olhos e me lembrar de quem se foi, a Saudade dos bons momentos veem à tona, como uma onda que quebra forte em nosso corpo.
Talvez, lá no nosso íntimo, ainda temos esperanças do retorno, da volta, do tentar novamente, por mais que nossa razão nos mostre o contrário e que devemos seguir nossas vidas em frente.
Mas assim como a vida, o amor também gera surpresas, idas e vindas. E, se um dia ele (amor) voltar, que estejamos preparados e prontos para reviver o que foi bom e viver o que não foi vivido de forma plena.
De preferência, sem o cinismo citado na canção.
Ao grande mestre do samba, meu respeito e minha gratidão por composições imortais. E a quem por ventura, se identificar, lembre-se, nunca é tarde. Quando se quer de verdade sempre será possível um recomeço para ser feliz com quem se ama.
Bate outra vez / com esperanças o meu coração...