Nas últimas décadas houve um recrudescimento da automatização industrial e comercial que vem reduzindo os postos de trabalho humano em nome de um aumento na produtividade. Compreensível, pois robôs produzem mais e melhor, não faltam ao trabalho, não fazem greve e não lutam por direitos ou aumentos salariais.
A automatização ao criar um pequeno número de funções especializadas, pode extinguir profissões, reduzindo drasticamente o número de vagas naquelas funções que tradicionalmente absorvem a mão de obra das camadas menos favorecidas da sociedade.
Mesmo que toda a população economicamente ativa tivesse oportunidades iguais para estudar e se aprimorar, não haveria espaço para todos nestas funções.
A revolução das máquinas já é uma realidade
O filme estrelado por Will Smith, chamado "Eu, Robô, 2004" trata de um futuro fictício onde os robôs são uma realidade presente no cotidiano. Ambientado no ano de 2035 apresenta uma sociedade alternativa onde robôs e seres humanos trabalham lado a lado, mas em uma moderna fábrica linhas de produção totalmente automatizadas produzem diariamente 1000 robôs sem a necessidade de um único ser humano para operá-las.
No mundo real, segundo manchete no site do Jornal O Globo, 2019, a automação pode ameaçar cerca de 44,5 milhões de postos de trabalho.
Diante de tal cenário não é exagerado pensar que quanto maior for a automatização do trabalho, maiores serão as desigualdades sociais, e que portanto as políticas públicas de geração de emprego e renda apresentadas e praticadas nas últimas décadas não passam de um engodo.
A verdadeira evolução não é tecnológica
Não faz sentido chamar de evoluída uma sociedade onde estão presentes praticamente todos os crimes violentos e cruéis que eram cometidos na antiguidade: assassinatos, abusos, sequestros, assaltos, agressões, etc.
e onde em nome de uma melhoria nos processos produtivos se investe rios de dinheiro em pesquisa para desenvolver tecnologias que aos poucos substituem humanos por máquinas.
A referência para mensurar evolução e progresso humano deveria considerar o comportamento do ser e suas necessidades, antes do avanço tecnológico ou desempenho econômico.
Os esforços deveriam ser em primeiro lugar no sentido não de aprimorar a capacidade empreendedora, mas o caráter; não de excluir as pessoas daquelas atividades que podem ser executadas por máquinas, mas máquinas de toda atividade que possa ser realizada por pessoas. A Evolução humana não está em atender demandas de consumo ou tecnológicas, mas em colocar as necessidades das pessoas acima dos interesses da indústria e dos mercados.