Nesta segunda-feira (30), Fábio Porchat quebrou o silêncio e comentou sobre o ataque à sede do Porta dos Fundos, na madrugada da véspera de Natal (24). Num artigo escrito para o jornal O Globo, o humorista afirmou que “com Religião se brinca sim”. Sua afirmação tem como base a Constituição Federal, que defende a liberdade de expressão e o direito de resposta a ofensa, desde que fundamentada na Lei.
É comum que piadas surjam de todas as esferas sociais, sendo na religião, no futebol, com a estética, política, enfim, uma infinidade de assuntos. No texto, Porchat afirma que satirizar a Bíblia não é contra a lei, mais chutar a imagem de Nossa Senhora é, bem como depredar centros de umbanda e jogar coquetel molotov numa produtora.
Segundo o humorista, a intolerância é não deixar que satirizem o que desejam satirizar, nesse caso a Bíblia. Em defesa do Porta dos Fundos, Porchat afirmou que o que pode ser sagrado para alguns pode não ser para outros e que respeitar essas diferenças é parte de uma sociedade democrática.
Porchat relembrou que o Porta dos Fundos faz o especial de Natal desde 2013 e que nunca sofreu nenhum ataque e questionou o porquê de ser atacado agora em 2019.
A fala do humorista ao final de seu artigo foi de que sente orgulho por fazer parte do grupo que escancara a podridão social que o Brasil vive. Por fim, escreveu “viva Jesus”.
As constantes sátiras do dia a dia
As piadas sempre ferem de alguma forma partes da sociedade.
Ao longo da história uma infinidade de piadas e programas citando temas como gordos, magros, velhos, altos, baixos, anões, homossexuais, carecas, cabeludos, gagos, mancos, vítimas de adultérios dentre outros assuntos são uma constante no cotidiano do brasileiro.
E as diversas religiões que compõe a pátria brasileira, também, são vítimas de programas satíricos, tais como o "Zorra Total" (TV Globo) que brinca com o candomblé, umbanda, judeus, árabes, inclusive personificando figuras importantes.
Portanto, fazer piada com fé do outro sempre aconteceu. Assim, há o uso da liberdade de expressão que constantemente fere um ou muitos indivíduos na sociedade.
A intolerância religiosa fez com que a Record TV fosse condenada por veicular agressões a religiões africanas, bem como evangélicos que utilizaram a internet para fazer campanha contra a Globo.
Segundo a acusação, a emissora estava promovendo a umbanda.
Uma grande massa populacional se enxerga no direito de receber respeito, mas nega o mesmo respeito ao outro. Ainda que o Brasil seja democrático, há uma vasta divergência entre as culturas, de modo que, choques de opiniões têm sido o estopim para possíveis agressões ao outro.