O Flamengo perdeu para o Atlético-MG neste domingo (9), durante a 1ª rodada do Campeonato Brasileiro 2020, na estreia do novo técnico, o catalão Domènec Torrent. O único gol da partida foi, inclusive, marcado pelo lateral-esquerdo rubro-negro, Filipe Luís, que empurrou a bola para dentro da própria meta.

Com o resultado, o Flamengo perdeu a primeira partida na temporada, como também um sequência invicta de 18 jogos no Estádio do Maracanã, local onde Jorge Jesus jamais perdeu sob o comando do Flamengo. Contudo, isso é importante ressaltar: há vida sem Jesus.

Apesar de erros notáveis, qualidades também foram perceptíveis e o Flamengo pode muito bem passar por essa mudança rendendo da melhor forma possível dentro das quatro linhas.

Flamengo tem triangulações e não mais blocos

Com Jesus, a equipe atacava em blocos, geralmente no lado direito com Gerson, Rafinha, Everton Ribeiro e Arrascaeta, enquanto o lado esquerdo possuía o apoio de Filipe Luís, Bruno Henrique, Gerson e Gabigol. Todos trocando passes pontuais em uma faixa pequena de campo, com infiltrações conjuntas e organizadas.

No caso de Torrent, as triangulações são mais presentes, com toques de bola constante, a equipe tenta avançar buscando espaço entre as linhas de marcação do adversário.

Bola circulando no meio-campo

O tiki taka está no sangue do catalão. No jogo contra o Atlético-MG foi possível ver este repertório de toques rápidos, com Arão e Gerson sendo maestros e Arrascaeta precisando se movimentar mais e atacar os espaços livres entre as linhas proporcionadas por Jorge Sampaoli, técnico do Galo.

Ofensividade, mas menos agressividade

Um time agressivo, que corria o tempo todo e atacava na mesma intensidade que defendia. No jogo do último domingo pouco se viu isso. Contudo, a boa marcação do Atlético-MG fez o jogo ser lá e cá. Dessa maneira, pouco é possível notar o quanto a agressividade da equipe deixada por Jesus se manterá na equipe agora dirigida por Domènec.

Atacantes em excesso e falta de coerência

Um erro muito apontado por especialistas e comentaristas que observavam o jogo, foi o momento que o Flamengo congestionou seu setor de ataque com cinco atletas e esvaziou seu meio-campo. Sem jogadores para criar, o rubro-negro virou uma bagunça e nenhuma chance de gol foi criada.

Dessa maneira, além de impedir que Bruno Henrique flutuasse mais, sobrecarregou o principal jogador do Flamengo e deixou apenas a Arão a função de conduzir a bola da defesa ao ataque.

Além de tudo, há ainda uma mudança de estilo no Flamengo, que pode, a curto e médio prazo, começar a render frutos à equipe. Assim como Jesus, Torrent precisará conquistar a paciência do torcedor rubro-negro até que os bons jogos comecem a ser uma constância.