O Flamengo vem de uma grande oscilação desde a saída de Jorge Jesus para o Benfica, após a final do Campeonato Carioca. A vinda de Domènec Torrent não surtiu efeito. A equipe seguia oscilando e permanecia sem encontrar o melhor futebol, que contava com intensidade, força física e troca de passes rápidos.

Na última quinta-feira (28), o Flamengo foi visitar o Grêmio em Porto Alegre e, com a vitória, conseguiu se colocar mais uma vez postulante ao título. Ocupando atualmente a vice-liderança, o Flamengo vê o Internacional, atual líder, a apenas quatro pontos de distância, tendo um confronto direto contra os gaúchos na reta final da competição.

Primeiro tempo de Flamengo 2020

O primeiro tempo da equipe do Flamengo foi bastante abaixo do que se espera de um time campeão. Transição lenta, bola presa e uma equipe travada no meio-campo tomando sustos constantes no contra-ataque puxado pela equipe gremista. Não foi à toa que a equipe sofreu o gol que abriu o marcador e viu o Grêmio com possibilidades de ampliar o marcador.

Algumas chances até foram criadas pelo Rubro-Negro, mas nada substancialmente que pudesse transformar jogadas em um marcador. Gabigol tentava a todo custo. Bruno Henrique perdia bolas na intermediária. Everton Ribeiro permanecia omisso durante toda a etapa. O intervalo era necessário. E foi!

Segundo tempo digno de Flamengo 2019

No segundo tempo, o Flamengo conseguiu repetir as melhores atuações de 2019. Parecia outro time em relação aos primeiros 45 minutos. Uma equipe rápida, de transição acelerada e finalizações certeiras no terço final de campo. A troca de passes, não à toa, deram a sina do primeiro gol da equipe, que vinha avassaladora do intervalo.

Nove minutos. Foi o que o Flamengo precisou para liquidar o jogo e atropelar um Grêmio que não voltou do intervalo. Um nome, inclusive, sobressai-se nos últimos 45 minutos de jogo: Gabigol. Anímico no primeiro tempo. Com sangue nos olhos no segundo. Gabigol não parou de correr um minuto e deu trabalho a todo momento para a defesa do Grêmio.

Os números de Gabigol são justos na temporada. No total, 37 jogos, 22 gols e 12 assistências. Um jogador altamente participativo que provou que não pode sequer sentar no banco de reservas, a não ser que seja para descansar após acabar com uma nova partida.

E se o Flamengo quiser realmente roubar a liderança do Internacional nas últimas rodadas que restam no Brasileirão 2020, precisará ser mais como Gabigol. Ter fome, vontade, sangue nos olhos. Anímico. Participativo. Altamente letal. Equipe tem para isso. Afinal, é a base vencedora de 2019. Falta apenas manter a consistência do segundo tempo diante do Grêmio para subir mais um degrau e não desgarrar mais.