Uma nova polêmica política abala as redes sociais enquanto o TCU (tribunal de Contas da União) apura a relação do ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro com a consultoria Alvarez & Marsal. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, publicada nesta segunda-feira (24), Moro esclareceu alguns pontos sobre o trabalho que fez logo após deixar o Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Ao ser perguntado sobre o motivo para ter mudado de Opinião após ter afirmado que jamais entraria na política, Moro disse que os contextos eram diferentes. Segundo o ex-juiz, quando foi convidado por Jair Bolsonaro (PL) para integrar o atual governo, olhava as coisas como um técnico, e não um político.

Ele afirma ter aguardado durante o ano de 2021, sem sucesso, o surgimento de um nome para romper a polarização atual. Foi então que, segundo ele, decidiu colocar o próprio nome à disposição para se candidatar, no que ele julga ser uma "espécie de missão".

Ao ser perguntado se o MBL (Movimento Brasil Livre) é o exército dele na guerrilha virtual com os apoiadores de Bolsonaro, Moro respondeu que o movimento é muito bom nesse “debate virtual”, mas que a expressão “arrebentar a polarização” é uma expressão dele, que também vai registrar como sua marca.

Sobre os salários que recebeu da consultoria Alvarez & Marsal, que presta serviços para empresas que foram alvos da Operação Lava Jato, Moro disse que vai revelar os valores no imposto de renda e que irá declarar todos os seus ganhos.

Moro disse ainda que no registro da futura candidatura vai apresentar as declarações ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), de forma transparente.

De acordo com ele, o processo movido pelo TCU é uma “fantasia” sobre algo que não existiu. Moro ainda disse que nunca prestou serviços a nenhuma empresa envolvida na Lava Jato.

Romper a polarização Lula e Bolsonaro

Em uma publicação no Twitter, Moro disse que sua candidatura à presidência propõe uma ruptura em relação ao patrimonialismo. "Nosso projeto é de ruptura. Arrebenta essa polarização política que não nos leva a lugar nenhum, rompe com o patrimonialismo, que nos mantém atrasados, e encerra o ciclo de baixo crescimento, que impede a prosperidade. Lula e Bolsonaro são o atraso", postou Moro.