Fruto da tecnologia, o teremim é um instrumento musical que usa a alteração de frequências causada pela proximidade do corpo aos sensores do instrumento. O aparelho foi criado pelo russo, conhecido no ocidente como Léon Theremin, nos idos anos de 1920, durante a guerra civil que implantou a União Soviética, enquanto a Europa se reconstruía depois de encerrada a Primeira Guerra Mundial.
A modernidade chegava cada vez com mais força com a invenção de inúmeros aparelhos que usavam a eletricidade e as frequências das ondas, como foi o caso do rádio, do radar e da televisão, desenvolvidos por técnicos especialistas militares para uso na guerra.
Ouça no anexo uma demonstração feita pelo próprio inventor.
Theremim viajou o mundo para divulgar seu invento/instrumento e, nos Estados Unidos, o patenteou e cedeu os direitos de produção para a RCA. A crise financeira que quebrou a economia americana no fim da década de 1920 pode ter influenciado no pequeno interesse demonstrado ao ThereminVox, o instrumento lançado pela gravadora famosa pelo logotipo do cão ouvindo um gramofone, porém as apresentações sempre chamavam a atenção das plateias dentro e fora da América, que se apraziam a assistir execuções de peças eruditas como as da tereminista Clara Rockmore.
O interesse ao teremim foi caindo, principalmente por causa da criação de novos instrumentos eletrônicos, mais fáceis de tocar e com mais recursos, muitos deles derivados de pesquisas para as Forças Armadas que, desta vez, estavam envolvidas com a Segunda Guerra Mundial.
Os músicos sérios começaram a deixar de lado esse exótico instrumento. Na verdade, o que criava o interesse era seu exotismo, pois poucos se atreviam a usá-lo como instrumento musical.
Quem ficou muito interessado no aparelho foi o então jovem Robert Moog, que notabilizou-se nos anos 60 pela criação e uso de osciloscópios e de sintetizadores para interpretação musical contemporânea.
Ainda na escola, Moog já construía teremins para venda. Seus sintetizadores foram a sensação auditiva da Música de vanguarda nos anos 60 e 70, tendo sido utilizado em composições e interpretações de clássicos que entraram em superproduções cinematográficas como Laranja Mecânica, por grupos como Os Beatles, The Doors, e Emerson Lake and Palmer, e artistas como Wendy Carlos, que gravou todos os Concertos de Brandeburgo, de J.S.
Bach, em um sintetizador Moog.
Depois de um filme lançado há uns dez anos, que contava a história do instrumento e de seu criador, o físico russo Lev Sergeevich Termen, o teremim começou a ganhar terreno, mas ainda circula no terreno do exotismo. Alguns músicos, inclusive aqui no Brasil, se dedicam à arte de executar o teremim.
O som etéreo, muito usado em sonoplastias que sugerem terror, espiritualidade ou sonhos, é suave e agradável aos ouvidos. Mas talvez a falta de harmonia o deixe um tanto monótono para audições de longa duração.