Programar computadores sempre foi considerada uma tarefa para as mentes brilhantes, experts em informática, os conhecidos nerds. Paradigma que o catarinense Antonio Carlos Nicolodi quebrou ao desenvolver um novo método de ensino de programação.
O método, conhecido como Portugol é baseado em duas conceituadas linguagens de programação, uma delas inclusive utilizada para equipamentos de grande porte, os chamados mainframes: o Algol e o Pascal.
Seu criador, Antônio Carlos Nicolodi, é catarinense da cidade de Blumenau, Santa Catarina e é graduado e pós-graduado em TI, atuando na área de desenvolvimento de software há mais de 38 anos.
Quebrando a barreira do idioma inglês
Para Nicolodi, o Portugol, sendo uma pseudo linguagem, possibilita aos alunos aprenderem a programar, sem a necessidade de conhecer o idioma inglês, que é o idioma padrão da maioria das linguagens de programação. Ao escrever seu código em Portugol o aluno o faz usando o idioma português nativo, e por isso acaba focando a aprendizagem na lógica da programação.
"Desenvolvi o VisualG, justamente para quebrar a dificuldade de nossos alunos com o idioma inglês. O Portugol foi um recurso importante e o ponto inicial para este projeto", enfatiza o professor Nicolodi.
Para o professor, a utilização do Portugol, também tem ajudado amenizar a grande evasão dos cursos de informática, em função principalmente da dificuldade dos alunos com o idioma inglês.
Surgiu para melhor a vida acadêmica
"A ideia surgiu em meados de junho de 1999, e foi na 13º Edição da Fenasoft em São Paulo, quando então animado por vários usuários e admiradores do Portugol, comecei a trabalhar na criação de um software baseado nele. A ideia era simples, desenvolver um software que fosse ao mesmo tempo criador, editor e interpretador de algoritmos escritos em Portugol nascendo assim o VisualG", declara Nicolodi.
A intenção sempre foi distribuir gratuitamente aos alunos das disciplinas que envolvessem lógica de programação. O projeto foi um sucesso e atualmente já somam mais de 4 milhões de downloads.
"O VisualG popularizou-se exatamente por se tratar de um software cuja abrangência é muito grande ano apenas no meio acadêmico, como para cursos técnicos e avulsos de informática, bem como usado no uso em cursos de engenharias (civil, mecânica e elétrica)", comenta o Professor.
O futuro do VisualG
Em sua versão atual 3.0 com nova roupagem e novo layout, o software roda apenas na plataforma Windows e pode ser usado também no sistema operacional Linux através de um emulador.
"Minha ideia é que o VisualG possa operar futuramente em várias plataformas bem como idiomas e possa ser usado como ferramenta de ajuda para todos aqueles que desejam aprender a programa computadores", finalizou Nicolodi.