Atualmente, cerca de 100 milhões de pessoas baixaram o FaceApp, aplicativo responsável por realizar modificações, como o envelhecimento, em rostos. O FaceApp chegou até mesmo a contagiar os famosos, que acabaram entrando na brincadeira de se envelhecer. Entretanto, muitas pessoas ignoram a motivação vinculada à criação de aplicativos desse tipo.

Ainda que não existam motivos para que se suspeite de riscos ao usuário atrelados ao FaceApp, é um fato que o bom senso é deixado em segundo plano pelos usuários do aplicativo. A velocidade com a qual ele conquistou milhares de adeptos só funciona como maneira de corroborar isso.

Portanto, para participar da brincadeira da vez, muitas pessoas deixam de se questionar a respeito das origens e dos objetivos do FaceApp.

Portanto, existem alguns detalhes a respeito do “aplicativo de envelhecimento” que você precisa saber. Primeiramente, o FaceApp foi desenvolvido por uma empresa russa, a Wireless Lab. Entretanto, tal fato não pode ser encontrado na página do aplicativo da Google Play. Quando se olha as informações do aplicativo na loja voltada pra dispositivos Android, ele aparece listado como um produto da FaceApp Inc., empresa que fica em Delaware, nos Estados Unidos.

A suposta sede da empresa em Dalaware, entretanto, é um” “escritório virtual”, uma espécie de endereço que pode ser comprado por empresas com o intuito de receber correspondências e também de poder ter um atendimento telefônico em um local físico.

Isso gera dúvidas no que tange a existência de algum funcionário da empresa trabalhando no local.

Algo semelhante acontece com os endereços virtuais da FaceApp Inc.: eles são registrados no Panamá, atrelado a um serviço destinado a encobrir informações verdadeiras.

Por fim, o terceiro endereço atrelado ao aplicativo fica em São Petersburgo, na Rússia, e aparece listado nos “termos de uso” do aplicativo.

Tal endereço é utilizado para tratar a respeito de questões jurídicas e isso faz com que ele possua chances aumentadas de ser o verdadeiro endereço da empresa responsável pelo FaceApp.

Esteja alerta

Os próprios “termos de uso” e o “acordo de privacidade” do aplicativo devem servir para ligar alguns alertas: são explicadas as maneiras através das quais o aplicativo coleta informações e também como elas são usadas pela empresa, mas eles não foram escritos especificamente para o FaceApp.

Tratam-se de cópias de outros contratos presentes na internet, o que pode indicar que os criadores usaram uma espécie de “gerador de contrato”. Essa medida pode ser considerada questionável, mas também pode ser vista como corte de custos.

Atualmente, um smartphone contém todas as nossas informações, de tokens de banco a fotos pessoais. Tal mistura pode ser considerada perigosa na medida em que brincadeiras como a do FaceApp fazem com que o usuário baixe a guarda. Embora a Google Play possua meios para proteger o usuário, sempre existe o risco de que algo ruim passe pelos filtros.

Por ora, o FaceApp não parece ligado a nada perigoso. Acredita-se que seja somente uma empresa russa desenvolvendo um aplicativo que acabou por viralizar. Entretanto, o alerta é sempre importante uma vez que não se sabe o que será feito a partir das fotos e dados coletados pelo aplicativo, especialmente no caso de quem o vinculou ao Facebook.