Esse detalhe pode até ter passado despercebido pelo grande público, mas, recentemente, a Marvel introduziu o seu primeiro personagem LGBTQ+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Queer) no último filme de seu universo cinematográfico, "Vingadores: Ultimato".
O personagem em questão pode não ter participado das épicas batalhas ocorridas durante o longa-metragem, mas ele estava ali. Trata-se do homem de luto que compõe o grupo de apoio liderado por Steve Rogers, o Capitão América.
Em uma determinada cena, esse personagem lamenta a perda do seu parceiro após o estalo de dedos de Thanos.
Durante a sua fala, o homem ressalta que tentou se encontrar com outro homem, mas eles apenas choraram a morte daqueles que partiram quando metade da população mundial foi dizimada.
O personagem em questão era bastante importante para Joe Russo, um dos diretores de "Ultimato". Dessa forma, Russo optou por ele mesmo dar vida ao homem enlutado. De acordo com o diretor, esse momento é primordial para o universo Marvel porque uma das coisas que mais importa para o estúdio é a diversidade.
Russo ainda destacou que era importante para a equipe a presença de um personagem gay em algum longa-metragem, e ressaltou que consideraram importante que algum dos diretores o representasse para garantir que a importância dada à questão ficasse clara.
Foco na diversidade
O universo dos Vingadores começou a ser apresentado ao grande público através de uma série de filmes produzidos entre 2008 e 2011, entre os quais estão Homem de Ferro, Thor e Capitão América. Porém, os três filmes trazem homens brancos com superpoderes como seus protagonistas.
A diversidade só se faz mais notável no ano de 2018, quando Pantera Negra foi lançado e trouxe um protagonista negro e, posteriormente, quando Capitã Marvel, de 2019, marcou o primeiro longa-metragem da Marvel liderado por uma personagem feminina.
Entretanto, personagens LGBTQ+ em papel de protagonistas ainda não foram inseridos pelo estúdio em seus longas. Nesse sentido, o jornalista Philip Ellis, que se dedica a abordar a cultura pop, apontou em entrevista à BBC que acha curiosa a decisão dos irmãos Russo (Anthony e Joe) de alardearem a inserção do homem gay em "Ultimato".
De acordo com Ellis, se os diretores não tivessem abordado o assunto, o personagem poderia ser interpretado apenas como uma surpresa agradável. Porém, uma vez que o fato foi amplamente discutido pelos irmãos Russo, o personagem acabou ficando aquém daquilo que era esperado.
A jornalista Gabriella Geisinger, por sua vez, ressaltou que não tinha nada para chamar a atenção para o personagem, o que ela considera positivo por tratar a sexualidade com normalidade. Entretanto, de acordo com Geisinger, a cena é pouco significativa e passa batida para o público, de modo que o objetivo de representatividade não é plenamente cumprido.