Uma história que tinha tudo para ter um final feliz terminou de forma trágica. Vamberto Luiz de Castro, funcionário público de 64 anos, ficou famoso nas manchetes dos jornais devido a um tratamento inédito que o curou de um câncer no sistema linfático. O aposentado sofreu um acidente doméstico que provocou um traumatismo craniano grave e ele não resistiu.

Seu corpo foi para o Instituto Médico Legal no dia 11 de dezembro e somente depois de realizada a necropsia será possível descobrir a causa da morte e se houve ou não algum tipo de violência, de acordo com a Polícia Civil.

Resultados sobre a causa da morte só sairão após 30 dias. Vale lembrar que o acidente não teve nenhuma relação com o câncer que ele tinha, já que havia sido curado.

A família de Vamberto não quis dizer nada sobre o ocorrido até o momento. Amigos da família relataram que ocorreu a missa de sétimo dia nessa terça-feira (17) e o sepultamento foi realizado no cemitério Parque Renascer, na Grande Belo Horizonte.

Tratamento inédito

O funcionário público Vamberto Luiz de Castro foi cobaia de um tratamento pioneiro na América Latina, onde obteve êxito no tratamento dessa doença tão terrível. A nova técnica consiste fazer uma reprogramação das células de todo sistema imunológico da própria pessoa para que, com isso, elas combatam todas as células que contenham o tumor e que estão se desenvolvendo em seu corpo.

Esse sistema de cura inédito foi desenvolvido por uma técnica de terapia genética conhecida como Cart-Cell, criada nos Estados Unidos.

Processo de cura

Seu tratamento se iniciou na cidade de Ribeirão Preto, interior de SP, no dia 9 de setembro, onde o paciente deu entrada no Hospital das Clínicas sentindo muitas dores, com dificuldades de locomoção e perda rápida de peso.

O tipo de câncer que ele possuía, localizado no sistema linfático, é muito agressivo e já estava espalhado pelos ossos do corpo.

Antes de passar pelo tratamento pioneiro, ele tomava doses máximas de morfina e não andava mais devido aos ossos estarem atingidos pelo tumor.

Antes do paciente ser internado em Ribeirão Preto, o aposentado já havia realizado tratamento com quimioterapia e radioterapia, porém, sem nenhum sucesso.

O médico Renato Cunha (pesquisador que trabalhou com a equipe de tratamento do aposentado Vamberto), disse que a expectativa de vida do paciente era menos que um ano e que em casos parecidos ocorridos no Brasil restavam apenas cuidados paliativos.

Ainda na cidade paulista, o mineiro passou por uma adaptação da terapia genética de Cart-Cell, que acontece dentro de um programa nacional de pesquisa, que recebe financiamento da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e pelo CNPq (Conselho Nacional de Pesquisa).