Antônio Fagundes, assim como grande parte da população mundial, teve que mudar sua rotina e projetos por causa da pandemia do novo coronavírus. O ator estrearia a peça Baixa Terapia, no Rio de Janeiro, no dia 01 de maio, mas teve que ser adiada por causa da chegada do covid-19 ao Brasil.

Quarentena de Antônio Fagundes

O ator Antônio Fagundes, 70 anos, deu uma entrevista por telefone à Veja e falou sobre o momento inédito que a população está vivendo. O ator disse que depois de 54 anos trabalhando e viajando está tendo o prazer de ficar em casa. Ele revelou que tem lido muitos livros, pelo menos um a cada dois dias, e visto filmes, uns três por dia, apreciar a companhia da esposa e alimentando o mais novo vício, o Instagram.

O artista disse que o Instagram é envolvente e se olhar, a pessoa vai ficando e não sai mais. O ator revelou que dedica pouco mais de uma hora por dia para as redes sociais e que gosta de indicar livros para os seguidores.

O artista falou sobre os idosos que estão saindo de casa nesse momento de pandemia e disse que precisamos olhar para o resto do mundo, que está pagando caro por não ter feito o isolamento antes. Para Fagundes, o Brasil tem sorte de ser um dos últimos países a ter a chegada do covid-19 e que espera que não aconteça no Brasil o que está ocorrendo em outros países.

Antônio Fagundes sobre os idosos

O famoso falou sobre a questão de pessoas que dizem que o coronavírus 'só mata idosos' e ele disse acreditar que quem diz isso deve ser órfão, porque uma pessoa em sã consciência não pode não se preocupar com a morte dos pais ou avós.

Ele falou também que ninguém tem data para morrer e quem passa dos 40 já está mais perto da velhice do que da juventude.

Para o artista, é horrível quem não dá valor aos idosos e relembrou uma frase que diz que quem não conhece a sua história, corre os risco de repeti-la. Fagundes relembrou que o nazismo alemão eliminou muitos idosos, e que a história não pode se repetir.

"O nazismo eliminava idosos, uma história que não pode se repetir", disse. Segundo o mesmo, eliminou pessoas que pensavam diferente e que eram deficientes e que estamos vivendo isso novamente e parece que as pessoas não aprenderam.

Antônio Fagundes acredita que se o mundo não prestar mais atenção à saúde e à ciência nos próximos anos, corremos o risco de quando houver uma próxima pandemia, a situação ser muito mais letal.

Política na visão de Antônio Fagundes

O ator revelou que gosta de falar de política, mas não em redes sociais ou entrevistas. Ele criticou pessoas que falam de política no Twitter onde são usados apenas 140 caracteres e revelou que gosta de sentar e conversar por horas, dando e ouvindo a opinião do outro. O artista revelou que consegue ter ótimas trocas, mesmo com pessoas que pensam diferente dele e que esse diálogo racional é o caminho para diminuir a política radical.

Antônio Fagundes falou sobre a entrada de Regina Duarte, sua parceira de novelas, na política. O ator disse que gosta de Regina, apesar de nunca ter tido contato pessoal com ela, além das trocas na profissão. Ele afirmou que vê a atriz se queimando de todos os lado, tanto com apoiadores e não apoiadores de Bolsonaro, assim como com os artistas.

O ator revelou torcer para que a colega pare de se queimar e revelou não ter nenhum sentimento ruim pela artista e que sabe que não é nada fácil ter que lidar com o Ministério da Cultura, que ele declarou como monstro.