Nesta segunda-feira (25), durante o “Papo de Segunda”, que é transmitido pelo canal GNT, o cantor Emicida explicou a respeito da quebra do distanciamento social em decorrência do novo coronavírus, para evitar o contágio da doença.

De acordo com o que foi dito pelo rapper, o desrespeito à medida, que é divulgada pelas autoridades como a melhor no momento, tem acontecido menos nas "quebradas" do que nos bairros nobres.

O rapper, durante o programa, expôs que no momento tem acontecido de fato uma grande irresponsabilidade das pessoas nas quebradas quanto ao isolamento social, mas que ele considera que esta quebra tem sido bem menor do que a irresponsabilidade dos que ele chamou de burgueses, em relação às pessoas que vivem em bairros nobres.

O cantor ainda comparou a realidade atual que tem visto neste momento entre as pessoas da quebrada e as pessoas de locais mais abastados, como bairros de classe média e alta. "Tem tido uma irresponsabilidade grande nas quebradas, sim, mas é bem menor do que a irresponsabilidade dos burgueses", disse.

Vizinho teria feito quatro festas, diz Emicida

Emicida esclareceu ainda que atualmente ele não mora mais na quebrada, mas que tem um vizinho no local atual onde ele mora que já deu quatro festas neste último mês.

O cantor ainda destacou que a impressão que ele tem é que o vizinho dá as festas cada vez que o país alcança mais três mil mortos em decorrência da doença. Para o cantor, o isolamento social na periferia é muito complicado, por mais que seja necessário de se acontecer.

Isso porque o rapper destaca que a situação é diferente, visto que uma coisa é a pessoa querer ficar em casa para poder evitar o contágio, e que outra bem diferente é ela poder permanecer em sua casa.

O rapper ainda destacou a respeito da falta de condições para que as pessoas da periferia continuem em suas casas neste momento de isolamento social, e que a questão não é o fato de que elas não estão ouvindo a respeito das recomendações, mas que no contexto vivido por elas, não podem.

Emicida ainda citou a respeito do caso em relação a João Pedro, que tomou 70 tiros em casa, aproveitando para destacar a respeito das áreas mais pobres do Brasil, onde ninguém neste momento está seguro mesmo dentro de seu próprio lar, como foi o caso do jovem de 14 anos que foi morto durante a ação policial.

No último domingo (24) o estado de São Paulo registrou 55% de taxa de isolamento, e a capital paulista teve 57%. No dia 3 de maio, distanciamento social alcançou 58% na cidade, que foi o maior pico até o momento. Atualmente, o Brasil conta com 23.473 mortos por conta da Covid-19.