Na manhã desta terça-feira (27), a Polícia Federal cumpriu um mandado de busca e apreensão na Grande Fortaleza. O objetivo é investigar um suspeito de aplicar golpes envolvendo o auxílio emergencial –programa social criado pelo governo federal em meio à pandemia do novo coronavírus–, utilizando dados de pessoas famosas, como o craque Neymar, o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o empresário Luciano Hang.

Para receber o auxílio de R$ 600 ilegalmente, o suspeito abriu contas fraudulentas na Caixa Econômica Federal. Segundo dados da investigação, nenhuma das figuras públicas citadas acima tem envolvimento com os crimes cometidos.

Para o portal de notícias G1, a Caixa Econômica Federal afirmou que por se tratar de uma investigação realizada pela PF, o órgão não poderá emitir nota sobre o assunto.

Na casa do suspeito, os policiais apreenderam diversos celulares que, segundo informações, eram usados pelo suspeito para realizar as transações financeiras, e alguns documentos. O suspeito era morador de Maracanaú e em uma das ações ele teria aberto duas contas bancárias no nome do jogador Neymar, uma delas no intuito de receber o benefício do governo federal.

Em abril e maio, segundo a PF, foi identificada a aprovação do auxílio no nome do empresário Luciano Hang, no entanto, o valor acabou sendo transferido pelo suspeito para a conta fraudulenta aberta no nome do jogador.

Segundo Olavo Pimentel, delegado da Polícia Federal, ainda utilizando dos dados pessoais de Neymar, o suspeito chegou até a tirar uma CNH (Carteira Nacional de Habilitação) falsa.

Outras vítimas

Além dos dados de Famosos, o suspeito também utilizava dados de anônimos para a aplicação dos golpes. Durante o mandado de busca e apreensão, a PF ainda encontrou o nome de uma mulher cadastrada como sendo mãe solteira.

Utilizando os dados desta vítima, o suspeito conseguiu receber o valor de R$ 1.200 em abril e maio deste ano.

Desta forma, somando todas as contas falsas encontradas pelos policiais, o suspeito recebeu um total R$ 5.400. No entanto, de acordo com a PF, o suspeito ainda pode ter utilizado outros nomes para a aplicação dos golpes, hipótese que poderá ser esclarecida com o andamento das investigações.

A investigação apontou ainda que o homem também tentou aplicar um golpe semelhante usando o nome do ministro da Economia, Paulo Guedes. Neste golpe, ele teria conseguido cadastrar várias pessoas para o recebimento do auxílio que, por fim, acabou sendo sacado por ele.

Se comprovado os crimes, o suspeito e qualquer outro envolvido responderão por estelionato majorado, falsificação de documento público, organização criminosa e usou de documento falso.