Não há quem nunca tenha tido a honra de assistir a uma reportagem de Glória Maria. A tristeza invadiu as redes sociais com a notícia da morte da jornalista, figura icônica da televisão brasileira. Personalidades famosas e anônimas prestam homenagens à jornalista.
A TV Globo, onde ela era conhecida, confirmou sua morte em uma nota, expressando tristeza pela perda de um ícone do jornalismo brasileiro. Desde 1971, ela atuou na área de jornalismo, sendo a primeira repórter a transmitir ao vivo em cores no "Jornal Nacional" e apresentando o "Fantástico" de 1998 a 2007.
Até o momento do seu falecimento, ela integrou a equipe do "Globo Repórter".
A jornalista tinha 73 anos e foi diagnosticada com câncer de pulmão em 2019. Ela iniciou tratamento de imunologia com sucesso, mas infelizmente, houve uma metástase no cérebro. Embora tenha passado por uma operação bem-sucedida, os novos tratamentos não tiveram o mesmo resultado.
Ela iniciou um novo tratamento contra metástases cerebrais em 2019, mas não houve nenhum progresso nos últimos dias. Gloria faleceu nesta manhã de quinta-feira (2), no Hospital Copa Star, na Zona Sul do Rio de Janeiro, de acordo com o comunicado de família.
Glória Maria foi pioneira na TV
Glória Maria foi uma verdadeira pioneira. Ela foi a primeira repórter a transmitir ao vivo e em cores no "Jornal Nacional", cobriu mais de 100 países em suas reportagens e esteve presente em momentos históricos.
Glória Maria nasceu no Rio de Janeiro. Seu pai era um alfaiate Cosme Braga da Silva, e sua mãe, Edna Alves Matta, era dona de casa. Ela frequentou escolas públicas e se destacou pelas suas habilidades linguísticas e vitórias em concursos de redação. Glória recordava com orgulho de sua educação e aprendizado de inglês, francês e latim.
Em 1970, Glória foi convidada por uma amiga para trabalhar como radioescuta na Globo do Rio. Na época, sem acesso à internet, ela se mantinha informada sobre o que estava acontecendo na cidade ao monitorar as frequências de rádio da polícia e fazendo ligações para os batalhões e delegacias.
Glória estreou como repórter em 1971, durante a cobertura do desabamento do Elevado Paulo de Frontin, no Rio de Janeiro.
Ela credita seu aprendizado de técnicas de jornalismo ao seu primeiro parceiro de trabalho, Orlando Moreira, que era um repórter cinematográfico experiente.
Durante sua carreira no "Jornal Nacional", Glória Maria foi a primeira repórter a aparecer ao vivo. Ela cobriu a posse de Jimmy Carter em Washington e, no Brasil, durante o período militar, conduziu entrevistas com chefes de estado, incluindo o ex-presidente João Baptista Figueiredo. Em uma ocasião, ao tentar gravar um discurso de Figueiredo sobre a abertura política, o filme acabou e ele se recusou a repetir a fala. Glória recorda a situação como tensa, com o ex-presidente se referindo a ela com desrespeito e ordenando à segurança que a impedisse de se aproximar.