A história do Nordeste brasileiro está intrinsecamente relacionada com o burro. Durante séculos, o animal resistente ajudava as pessoas em sua luta pela sobrevivência nas partes mais pobres e mais áridas do país. Nos últimos anos, porém, a situação mudou e o animal aparece mais como um incômodo do que um símbolo cultural. As estimativas sugerem que durante a última década, milhares de Animais foram abandonados, muitas vezes substituídos por trabalho mecânico, incluindo tratores, para a agricultura, ou motocicletas para o transporte.

Nos últimos anos houve uma expansão de 1,2 milhões para 6,9 milhões de veículos entre 2003 e 2016 (um aumento de 600%).

Deixados a si mesmos, os burros têm-se multiplicado e agora estão causando problemas em muitos estados. Uma das poucas estatísticas sobre o assunto sugere o tamanho do problema. Entre 2010 e 2013, em apenas a parte ocidental do Rio Grande do Norte estado, os burros causaram pelo menos 100 acidentes de viação - e 60% eram letais. A Polícia Rodoviária Federal afirma que a maioria dos mais de 8.000 acidentes rodoviários envolvendo animais no nordeste ao longo dos últimos quatro anos estão relacionados com burros.

Muitas cidades estão tentando encontrar uma solução para a superpopulação de burros. Em julho, o estado da Bahia aprovou um projeto de lei para regular a matança de burros; sua carne é agora enviado para alimentar zoológicos, e a pele vendida para os mercados internacionais, incluindo a China.

Os primeiros 300 animais - a maioria dos quais são capturados em estradas estaduais - foram sacrificados. Em 2014, representantes do Estado do Rio Grande do Norte queriam usar acarne de burro para alimentar os presos e alunos da rede pública de ensino, mas a ideia foi rejeitada.

Outros prefeitos da região Nordeste apoiam o consumo da carne, mas grandes obstáculos permanecem com a barreira cultural.

As pessoas simplesmente não querem comê-lo. Outra possibilidade seria a realização de exportações em grande escala de burros para a China. Segundo uma matéria feita pelo portal de notícias Estadão em 2015 o Brasil fez uma exportação, mas em uma escala reduzida. Foram vendidos 1,2 toneladas de carne de burros, e gerou uma renda para Brasil no equivalente a US$ 15,4 mil.

Segundo um empresário chinês disse à ministra da Agricultura Kátia Abreu o negócio geraria para o país uma receita de US$ 3 bilhões conforme a demanda.

Enquanto isso, muitas cidades estão lutando para lidar com o problema. Deixando os burros por si só não é uma opção, já que os animais geram perigo para os motoristas e muitas cidades não têm infra-estrutura para cuidar adequadamente deles.