A falta da Penicilina e o aumento da resistência bacteriana a antibióticos de menor alcance podem causar a morte de até 10 milhões de pessoas por ano, se nada for feito.

A penicilina fabricada é insuficiente para atender a população em todo o mundo, mas já foi muito eficiente no passado, quando ela era o mais eficaz produto do mercado. Hoje os laboratórios não têm interesse em fabricar, pois a penicilina não dá lucro, por não ser patenteado.

A penicilina é usada para combater diversos tipos de bactérias, incluindo aquelas que causam faringite, amigdalite, otite, cistite, erisipela, salmonelose, shigelose, meningite, pneumonia, febre reumática e infecções sistêmicas que atingem o sangue como um todo.

E ainda é muito eficaz no tratamento de doenças sexualmente transmissíveis (DST) como a sífilis e outras, assim como na prevenção de endocardite infecciosa.

A Penicilina Benzatina é a mais conhecida, mas há outras variações como a Penicilina G cristalina, Penicilina Procaína, Ampicilina, Amoxicilina, Oxacilina, etc. A escassez do medicamento poderá aumentar o risco das bactérias se tornarem resistentes a antibióticos. Segundo um estudo recente do governo britânico, 700 mil pessoas podem morrer por ano e, se não acharem uma solução imediata, as bactérias cada vez mais resistentes podem matar cerca de 10 milhões de pessoas/ano até 2050.

No Brasil, a escassez da penicilina benzatina, é sentida desde 2014.

A falta do produto acontece por vários motivos

  • Poucos fabricantes, somente quatro empresas farmacêuticas produzem o ingrediente ativo do antibiótico em todo o mundo.
  • A produção é pequena, pois o medicamento não dá lucro por não ser patenteada.
  • Trata doenças mortais, como a sífilis e a cardiopatia reumática crônica, e é usada em países pouco desenvolvidos, com recursos escassos para monitorar o alcance dessas doenças.
  • Os laboratórios importam o ingrediente farmacêutico que faz o medicamento na China e na Índia, e formulam o medicamento final.
  • A fabricação é fragmentada pelas empresas que a produzem para baratear os custos, tornando a cadeia propensa flutuações.
  • Quando um dos fabricantes do ingrediente farmacêutico ativo sai do mercado, gera transtornos, atrasos e afeta a produção, consequentemente, o produto some do mercado mundial.

Havia muitos fabricantes de penicilina na época em que era o mais poderoso medicamento do mercado, mas nos últimos anos, pelo menos 5 empresas deixaram de fabricar.

Hoje virou um nicho, mas ainda pode afetar a vida de milhões de pessoas por ano. Novos antibióticos são bem aceitos no mercado, mas solucionar este problema deve ser prioridade para salvar muitas vidas que dependem da penicilina agora e criar estruturas para fabrica-la deve estar na pauta de todos os países.