Um estudo que será publicado na revista Science, nesta sexta-feira, 21 de agosto, demonstra que a enorme pressão exercida pelo homem sobre as populações de Animais terrestres, bem como marinhos, faz com que seja um predador único, e capaz de interromper totalmente ecossistemas e cadeias alimentares, além de causar extinções em massa.
A ideia de uma exploração extrema da fauna selvagem já é largamente documentada. Mas o trabalho da equipe de Chris Darimont, da Universidade de Victoria, no Canadá, procurou analisar essa lista de conquistas por outro prisma: comparando-se o impacto dos seres humanos em relação a outros predadores.
Para isso, os cientistas revisaram mais de 300 estudos sobre 2.125 casos de predação sobre as espécies selvagens (peixes e mamíferos terrestres) de todos os continentes e oceanos, com exceção da Antártica.
Os resultados são esclarecedores: os humanos exploraram os peixes a uma taxa 14 vezes maior, em média, do que outros predadores marinhos. Eles também matam grandes carnívoros — como ursos, lobos ou leões — a uma taxa nove vezes maior do que a observada nestes predadores entre si na Natureza. Isso significa, concretamente, que a indústria da pesca captura 78% da população adulta de salmão do Alasca por ano, contra 6% cobrado por ursos pardos – os maiores predadores da espécie. Ou, ainda, que é caçadoa cada ano 32% dos pumas americanos, contra 1% morto por seus companheiros.
Essa pressão não se exerce com a mesma intensidade em diferentes regiões. Assim, caçadores europeus e norte-americanos matam herbívoros em, respectivamente, 7 a 12 vezes mais que as taxas dos caçadores africanos. O impacto da indústria da pesca é três vezes mais acentuado no oceano Atlântico, que no Pacífico.
A originalidade do estudo é comparar igualmente a taxa de predação segundo os níveis tróficos das presas — ou seja, para simplificar, o lugar de um organismo na cadeia alimentar, do plâncton para carnívoros que se alimentam de outros carnívoros.
Surpreendentemente, os seres humanos exercem sobre a terra uma pressão muito forte sobre os grandes carnívoros, mais do que sobre herbívoros.
No mar, no entanto, o impacto humano é elevado em todos os níveis, quer se trate de pesca de anchovas, arenque, ou tubarões de caça e atum. A captura de peixes, apesar da sobre-exploração das espécies, já ultrapassa 100 milhões de toneladas por ano.
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