Era para ser apenas uma tomografia. A estudante Petra dos Santos Helena de 18 anos estava com febre e dor de garganta há mais de 15 dias.
Os pais levaram a jovem em um otorrinolaringologista no hospital Vera Cruz de Campinas, 83 km de São Paulo, e foi solicitado uma tomografia para verificar se havia algum foco de pus e detectar o porquê da febre constante e depois entrar com tratamento por antibiótico.
Petra foi internada um dia antes do exame. Nela foi colocada uma pulseira vermelha, que sinaliza que a paciente é alérgica a alguns medicamentos.
O hospital pediu para que ela preenchesse uma planilha, na qual ela relataria a quais medicamentos ela era alérgica. Ao sinalizar alergia ao iodo, a paciente sinalizou que não tinha conhecimento de alergia ao produto.
O hospital informou que ao preencher os dados de praxe, a família e a paciente não tinha conhecimento a alergia ao contraste iodado. O exame foi realizado normalmente.
Só que Petra teve um choque anafilático. Ela foi transferida para a UTI, mas dois dias depois, a morte cerebral foi confirmada.
A incidência à alergia ao contraste de iodo é baixa na população. 1 caso para cada 150 mil pessoas que fazem o exame.
O contraste de iodo é usado também em exames de ressonância magnética e raio X.
O uso do produto é necessário para que torne o exame por imagem menos doloroso.
As reações ao produto são variadas. Vômitos, coceira, tontura e irritação são alguma delas.
Além das reações citadas, uma reação rara pode ocorrer: o paciente pode desenvolver fibrose nefrogênica sistêmica, por conter a substância gadolínio, um metal que é tóxico ao nosso organismo que pode levar a morte, principalmente nos casos de pacientes que tenham alguma disfunção renal.
O médico responsável pelo exame, Jamiro Wanderley, acredita que o incidente foi mais uma fatalidade do que uma negligência.
O pai de Petra acredita que a morte da filha que havia acabado de passar no vestibular para psicologia, poderia ter sido evitada, e por isso, vai processar o hospital.
O apelo do pai para a justiça, é que os hospitais fiquem mais atentos a possíveis casos como esse, para que não aconteça com outras pessoas.