Ao contrário da Dinamarca (primeiro país no mundo que adotará um projeto de lei que visa implementar uma agricultura 100% orgânica até 2020), no Brasil boa parte da população brasileira ingere uma grande quantidade de alimentos contaminados por algum tipo de agrotóxicos sem se dar conta disso. Um artigo publicado pelo jornal Folha de São Paulo ressalta como quase certo que produtos como legumes, frutas e verduras, chegam a mesa dos brasileiros sem ter passado antes por nenhum controle rígido referente aos níveis de agrotóxicos. De acordo com a íntegra a fiscalização quando é feita atinge apenas uma pequena fração do produtos reprovados em torno de um terço.

Atualmente o Brasil é o segundo maior produtor de alimentos do mundo atrás apenas dos Estados Unidos, mas desde de 2008, é o primeiro consumidor no mundo quando o assunto é o consumo de agrotóxicos, o qual está interligado com o crescimento de culturas transgênicas. O mercado de agrotóxicos cresceu mais de 400% em dez anos. De acordo com especialistas, na última safra de 2013/2014, foram utilizados mais de 1 bilhão de litros em agrotóxicos, gerando em média em torno de 4 litros de agrotóxicos por habitante.

Entres os produtos mais usados destacam-se alguns potencialmente cancerígenos, grande parte dos produtos utilizados no Brasil é de uso proibido em países da União Europeia e entre outros como China e a Índia.

Uma pesquisa encomendada pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e pelo Instituto Nacional do Câncer revelou que a relação de consumo de agrotóxicos é muito assustadora no pais. Segundo o relatório mais de um terço dos alimentos consumidos diariamente pelos brasileiros está contaminado por algum tipo de veneno.

De acordo com as análises realizadas pelo Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA) da Anvisa (2011),foram recolhidas amostras em 26 estados comprovando que mais de 63% das amostras apresentaram contaminação por algum tipo de agrotóxico. Sendo que 28% das amostras apresentou (IAS), ou seja o uso desse agrotóxicos não autorizados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Os outros 35% dos alimentos analisados também apresentaram algum tipo de contaminação por venenos porém dentro do limite aceitável. Durante a pesquisa foram analisadas diversas culturas variando do abacaxi ao tomate e todas tiveram resultados insatisfatórios.

Paulo Petersen,coordenador Coordenador executivo da AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia, afirma que a maioria desses impactos estão interligados com o atual modelo de desenvolvimento do Brasil. O qual está voltado primeiramente para produção e exportação, mas tal estratégia não está surtindo efeito, outro estudo cita que os produtores estão utilizando uma grande quantidade de produtos químicos para produzir a mesma quantidade de alimentos.