Para que o plano tenha seu objetivo alcançado, não é novidade que os presos tentam de tudo para esconder suas rotas de fuga, mas os presidiários de uma delegacia em Natal (RN) foram bem ousados e criativos.

Em um dia que parecia comum de trabalho, o delegado Jorge Lobo – da Delegacia de Plantão na Zona Norte da cidade – escutou os presos orando na cela. Achando o ocorrido incomum, solicitou que policiais o acompanhassem até o lugar de onde se ouvia as preces para verificarem o que estava acontecendo para tamanha fé explícita.

Qual não foi a surpresa dos oficiais quando se depararam com muito mais do que uma demonstração de devoção e uma busca à salvação. Na verdade, os detentos estavam colocando em prática um plano de fuga: abrindo um buraco no teto da cela.

Devido ao barulho que a operação estava fazendo, os prisioneiros encontraram um modo nada convencional de abafar a zoada. Realizaram orações em alto e bom som para que os policiais não conseguissem escutar as pancadas. Ao revistarem o local, os oficiais confiscaram os materiais que estavam sendo usados e impediram que a fuga acontecesse.

O número de presos no sistema carcerário brasileiro tem aumentado drasticamente.

No Brasil, em geral, nota-se uma redução nos índices de fuga, porém os números ainda são altos. No Rio Grande do Norte, apenas no ano vigente (2016), já fugiram das prisões um total de 270 detentos.

Entre os recursos usados estão: explosões de muros, abertura de túneis e buracos, fugas durante as rebeliões e não retorno para as penitenciárias, nos casos de presidiários que possuem direito à saída temporária e/ou nos finais de ano e datas comemorativas.

Esses índices são explicados por especialistas como uma falha grave no sistema prisional do país. O número excessivo de presos por cela, o modo como os presos são tratados pelos agentes penitenciários e a falta de estrutura adequada que corresponda à demanda são alguns dos fatores apontados.

Para evitar os excessos de raiva, a violência e o desejo constante de fuga, pesquisas realizadas em sistemas presidiários considerados como modelos, apontam como solução, por exemplo, a garantia da segurança dos carcerários, a melhora da infraestrutura e higiene das prisões, o controle da quantidade de presos por cela, a elaboração de atividades e trabalhos que os detentos possam utilizar em benefício próprio, o contato constante com familiares e amigos que contribuam para o crescimento do presidiário e o faça querer ser uma pessoa melhor e a extinção dos maus tratos contra os detentos.