No dia 14 de fevereiro de 2017, os moradores de Campo Grande ficaram surpresos por causa de um crime que tirou a vida de um jovem de apenas 17 anos de idade. Wesner Oliveira perdeu parte do intestino depois que introduziram em seu ânus uma mangueira de ar-comprimido de lava-jato. O dono do estabelecimento, Thiago Demarco Sena, e um funcionário, Willian Henrique Larrea, suspeitos de terem cometido o crime, respondem em liberdade.

Jovem fez declarações

Antes de morrer, o rapaz fez algumas declarações e negou que o que aconteceu com ele teria sido apenas uma brincadeira.

Segundo informações do MP-MS (Ministério Público do Mato Grosso do Sul), ainda existe um impasse envolvendo a questão de que os suspeitos teriam intenção de tirar a vida do jovem ou não.

O promotor José Arturo falou ao G1 na última segunda-feira (18) e disse que enquanto o Ministério Público não tem um entendimento se o crime foi doloso ou culposo, existe uma família em luto que aguarda o desfecho judicial. "São dois anos de impunidade", disse Arturo, que complementa: "tanto o Ministério Público quanto a sociedade esperam que o poder Judiciário faça o seu papel e se pronuncie, o que não podemos é ficar sem um desfecho para este caso."

Entenda o caso

No dia 3 de fevereiro de 2017, Wesner Oliveira foi socorrido depois que dois suspeitos introduziram uma mangueira de ar comprimido em seu ânus.

O jovem ficou internado por 11 dias. Na época, ele chegou a fazer um vídeo no qual aparecia solicitando orações em prol de sua saúde. Wesner perdeu parte do intestino e, além disso, sofreu hemorragia e teve uma lesão no esôfago e acabou falecendo em decorrência de uma parada cardíaca.

Defesa alega que suspeitos não tinham intenção de matar

Ainda de acordo com um artigo publicado pelo G1, o funcionário Willian Henrique Larrea e o empresário Thiago Demarco Sena nunca foram presos. Segundo informações do advogado Francisco Guedes Neto, a defesa da dupla está alegando que tudo não passou de uma brincadeira. A defesa afirma que não é justo buscar uma condenação em uma ação penal que ao ponto de vista da defesa é injusta apenas para que se consiga reparar algum dano ocorrido na família da vítima.

Segundo informações do promotor Bobadila, o processo está em andamento desde agosto de 2018 quando em uma penúltima decisão o juiz responsável pelo caso entendeu que o funcionário e o empresário não tiveram qualquer intenção de tirar a vida do adolescente e classificou o crime de homicídio doloso, quando não há intenção de matar.

Entretanto, desde a última decisão não há qualquer progresso nesse processo. O Ministério Público entende que houve realmente uma intenção no crime, pois a dupla segurou o rapaz, e no entendimento do promotor não se age dessa forma sem ter ciência do dano que será causado na outra pessoa.