Duas pessoas já tiveram a morte confirmada após o desabamento de dois prédios, um com quatro e outro com três andares, ocorrido na manhã desta sexta-feira (12), na comunidade da Muzema, na Zona Oeste do Rio. O número de vítimas ainda pode aumentar, uma vez que há pelo menos 17 pessoas desaparecidas. As construções tinham apenas seis meses.
O Corpo de Bombeiros vasculha o local em busca de sobreviventes e a região foi isolada, uma vez que outros prédios correm o risco de ruírem e há forte cheiro de gás. Segundo informações passadas pela Prefeitura, as edificações eram irregulares.
Um dos sobreviventes foi retirado do local em uma porta que foi improvisava como maca.
Moradores relataram que mesmo com as fortes chuvas, as obras de construções continuaram. “Eles construindo sem fim, sem parar. Uma construção atrás da outra, uma loucura”, disse uma moradora. “Era retroescavadeira, explosões constantes. Só querem construir e vender”, seguiu. Há pelo menos 60 prédios sendo construídos na região que é controlada e explorada por milicianos.
A região de Muzema foi uma das mais castigadas pelos temporais que atingiram o Rio de Janeiro no início da semana. Na manhã desta quinta-feira (11), uma das vias principais que dava acesso a comunidade ainda estava alagada. Por conta disso, viaturas do Corpo de Bombeiros e de resgate tem encontrado dificuldades para chegar ao local.
Mulher procura pela mãe e sobreviventes relatam fulga
Uma mulher estava a procura de sua mãe, que morava no local. Ela disse que vizinhos escutaram gritos que vinham exatamente de onde ficava o quarto da mãe. “Os moradores que estão ajudando ouviram uma senhora gritar exatamente no quarto dela”, contou ela, que se identificou apenas como Érica.
Os bombeiros pedem para que as pessoas fiquem em silêncio. Dessa forma eles podem ouvir possíveis pedidos de socorro.
Já outro morador, que estava no primeiro andar disse que precisou correr para escapar do desabamento. Eu estava no quarto, corri para a sala. Quando cheguei lá, desmoronou tudo em cima de mim”, conta o morador, que se identificou como Edvaldo.
“Foi muito rápido. Passou um pó branco, muita poeira”, seguiu. “De repente foi um estrondo, foi tudo de uma vez”, disse outro morador.
Entre os feridos há uma família que havia se mudado há dez dias para o local. Eles foram levados para um hospital. Outro homem também foi retirado dos escombros e ainda procuravam pela mulher, que está desaparecida.
Por meio das redes sociais, o governador Wilson Witzel lamentou o ocorrido e disse que está acompanhado a situação. O prefeito Marcelo Crivella está na região acompanhando os trabalhos de resgate.