O DataFolha apresentou, nesta quinta-feira (11), uma pesquisa mostrando que o projeto anticrime do ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro não tem um apoio expressivo da população brasileira.
De acordo com os números apresentados pelo DataFolha, oitenta e um por cento dos entrevistados apresentam opinião contrária à isenção de pena para os policiais que matarem em serviço.
Atualmente, a lei diz que o policial deve esperar uma ameaça real ou início do crime para só então reagir.
O ministro da Justiça acredita que a proposta irá diminuir a sensação de insegurança durante a atuação policial.
Além deste item, a pesquisa mostra que 64% dos brasileiros são contrários ao porte de armas, estas foram algumas das promessas da campanha do presidente Bolsonaro.
O apreço ao uso de armas, foi a marca do então candidato a presidência, Jair Bolsonaro. Eleito presidente, Bolsonaro facilitou a posse de armas por meio de decreto presidencial, já nos primeiros 15 dias de Governo.
O DataFolha mostra que 72% da população não acredita que a sociedade tornar-se-á mais segura com mais pessoas armadas nas ruas.
Também de acordo com a pesquisa, 79% dos entrevistados acha que o policial que atirar, deve ser investigado, e para 82%, ainda que o policial esteja sob forte tensão, mesmo assim deve ser punido.
O ex-juiz da Lava-Jato tem encontrado várias dificuldades para ver seu projeto anticrime aprovado (sua intenção era a de que o projeto fosse aprovado ainda nos 100 primeiro dias do governo), Moro se surpreendeu quando o Congresso deixou sua proposta de lado para se dedicar à reforma da Previdência.
Houve desentendimento entre Moro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que quis colocar o projeto para ser analisado pelos parlamentares.
Maia chegou até mesmo a acusar o projeto de Moro de ser apenas uma cópia do projeto apresentado pelo ex-ministro da Justiça, que está atualmente no STF, Alexandre de Moraes.
Segundo análise da Folha de São Paulo, Moro não teria baseado suas propostas em evidências ou estudos, tendo se baseado apenas em indícios de apoio popular a duas medidas: prisão de condenados em segunda instância e confisco de bens de criminosos.
Moro contesta a pesquisa
Sérgio Moro se manifestou sobre a pesquisa DataFolha por meio de sua conta no Twitter. O ex-juiz classificou a pesquisa como "mal feita", Moro questionou a pesquisa dizendo que as perguntas feitas pelo Instituto não levaram em consideração medidas constantes no projeto de lei anticrime.
O ministro ainda disse que a pesquisa do DataFolha mostra que o projeto anticrime tem que continuar a ser explicado por ele via Twitter, alegou Moro.