O Instituto de Criminalística de São Paulo divulgou nesta terça-feira (2) o laudo com as causas da morte do estudante de geografia da USP Filipe Varea Leme, de 21 anos, que morreu no dia 30 de abril, quando transportava um armário a pedido de um professor. De acordo com o laudo, o estudante, que também desempenhava o trabalho de monitor de informática na Escola Politécnica da USP, morreu após ter o pescoço quebrando pelo armário que transportava quando ele descia de elevador.

Como foi o acidente

Durante a tarde de 30 de abril, Filipe e outro colega receberam uma ordem da chefia para transportar um armário para outra sala.

Eles esvaziaram seu interior e transportaram todo seu conteúdo em caixas, deixando o móvel por último. Para não ter que subir e descer escadas enquanto transportavam os objetivos, a dupla de estagiário decidiu utilizar o elevador para deficientes.

Quando chegou a vez de levarem o armário, eles usaram um carrinho de transporte de cargas. Ao chegarem ao elevador eles descobriram que só havia espaço para o carrinho e um deles, então Filipe entrou de costas e apoiou o carrinho em seu corpo.

No entanto, elevador não tinha porta própria, sendo fechado apenas por uma porta de vidro que fica no andar. Ao colocarem o armário dentro do elevador, os estagiários não perceberam que dois parafusos da parte de baixo dele ficaram para fora e quando o elevador desceu, os parafusos bateram no piso, o armário subiu e prensou o pescoço do jovem, ocasionando sua quebra.

O laudo apontou que esta foi a causa da morte de Filipe.

Por conta desse imprevisto, o elevador parou entre dois andares e o colega que esperava no térreo estranhou a demora. Ele mandou uma mensagem de WhatsApp para Filipe, mas como o rapaz não respondeu, o colega decidiu correr atrás de ajuda. Instantes depois formou-se uma aglomeração em torno do elevador e uma mulher apareceu gritando que aquele não era elevador para transportes de carga.

O que, de fato, informava uma placa.

O Samu chegou cerca de 50 minutos depois e encontrou o corpo do estudante em pé, ainda pressionado pelo armário de madeira. Desde o acidente, o elevador está interditado.

Família espera punição dos envolvidos

A família do estudante espera que todos os responsáveis por sua morte sejam punidos.

De acordo com Euro Maciel Filho, advogado da família, tudo leva a crer que não foi mera fatalidade o ocorrido e que, ao que parece, houve imprudência e negligência por parte daqueles que delegavam ordens aos estagiários.

Eles esperam que os envolvidos sejam enquadrados pelo crime de homicídio culposo, ou seja, quando não existe a intenção de matar. A pena varia de um a três anos de prisão e pode ser cumprida em regime aberto.