O delegado Wagner Bassi Júnior, responsável por conduzir a investigação acerca da morte de uma garota de apenas 11 anos, afirmou recentemente que a madrasta da jovem ministrava doses mínimas de veneno para a menina. De acordo com Bassi, o motivo para que o veneno fosse dado em pequenas quantidades era evitar que os familiares da menina percebessem alguma coisa.
O crime aconteceu na cidade de Cuiabá, capital do Mato Grosso. Após investigações, Jaira Gonçalves de Arruda, a madrasta da menina, despontou como suspeita. A mulher de 42 anos teria matado aos pouco a enteada para conseguir ter acesso à sua herança, que totaliza o valor de R$ 800 mil.
A herança de Mirella Poliane Chue de Oliveira, a menina assassinada, estava ligado à morte da mãe da jovem, ocorrida durante o parto e por erro médico. Mirella acabou falecendo no dia 14 de junho de 2019 depois de passar por uma internação em um hospital da capital do Mato Grosso.
De acordo com informações obtidas por meio da Delegacia Especializada de Defesa da Criança e do Adolescente (Deddica), Jaira ministrava doses do veneno diariamente a Mirella. O envenenamento constante aconteceu durante dois meses, até ser descoberto.
A substância usada no crime tem a venda proibida e teria sido dado à garota no período compreendido entre abril e junho, mês em que Mirella faleceu.
A operação responsável pela prisão de Jaira ficou conhecida como Branca de Neve.
Vida difícil
De acordo com o delegado Walter Bassi Júnior, Mirella teve uma vida bastante difícil. Primeiramente, a garota perdeu a mãe durante o parto. Devido à morte, ela acabou sendo indenizada pelo erro do hospital, e o valor referente ao processo começou a ser pago ainda no ano passado.
Entretanto, em um período próximo ao pagamento da indenização, os avós paternos de Mirella, responsáveis por sua criação, acabaram falecendo.
Em decorrência disso, a menina precisou ir viver com o pai e a madrasta.
Então, teve início a pior parte da vida da jovem. No período em que passou pelos envenenamentos, Mirella precisou ser hospitalizada em nove ocasiões diferentes. Em cada uma dessas situações, ela recebia um diagnóstico diferente por parte dos médicos e, certa vez, suspeitou-se até mesmo de meningite.
Entretanto, da última vez que precisou ir ao hospital, Mirella já chegou ao local morta. Nessa ocasião, a unidade de saúde à qual a garota foi encaminhada não quis determinar a causa do óbito, ainda que a principal suspeita fosse a meningite.
A respeito das internações de Mirella, Bassi afirma que, após internada, a jovem apresentava melhoras. Entretanto, tão logo ela ia para casa, os envenenamentos tinham continuidade e ela voltava a piorar. Devido às baixas quantidades de veneno dadas à garota, isso acabava não chamando a atenção dos médicos.