Um professor de engenharia de Jundiaí, no interior de São Paulo, decidiu deixar por escrito as instruções de como deveria ser seu velório quando morresse. José Dias Ferreira Neto faleceu na última quarta-feira (4), em decorrência de uma pancreatite aguda e a família decidiu realizar a cerimônia de acordo com o conteúdo da carta, escrita há cinco anos, época em que ele ainda não estava doente.

O “manual de instruções” escrito pelo professor pedia que em seu velório houvesse músicas da banda Pink Floyd, fosse servido whisky e houvesse celebração à vida.

“A vida é muito curta e efêmera. Devemos aproveitar cada momento”, dizia um trecho da carta escrita pelo professor.

Luis Rodrigo Pantano Dias Ferreira, filho do professor disse que seu pai sempre foi uma pessoa bem humorada e que na época em que redigiu a carta nem estava doente ainda. Luis disse que ao receber a notícia da morte do pai, que havia passado alguns dias internado, se lembrou da carta e decidiu atender ao pedido. “Sei que fazer isso o deixou bem feliz”.

Devido ao estado que os órgãos se encontravam, já por conta de seu debilitado estado de saúde, o único pedido do professor que não pode ser atendido foi o de doar os órgãos.

Conforme pedido, no velório foram servidas duas garrafas de whisky, teve muita Música e foram lidos trechos de sua despida para os presentes.

A carta também ficou exposta para as pessoas que quisessem lê-la por completo.

Após o velório o corpo foi cremado em Itatiba, que era outro pedido que constava na carta de instruções.

As instruções

Na carta foram enumeradas cinco instruções que deveriam ser seguidas. A primeira delas fala exatamente sobre a doação de órgãos. Ele pede a doação de seu material biológico para que possa “melhorar ou prolongar a vida de alguém”.

A segunda instrução pede que sejam tocadas músicas do Pink Floyd, Aerosmith, Mozart, Scorpions e que nos momentos oração e reflexão seja tocada Enya.

A instrução de número três (que na carta saiu como sendo de número quatro), pede que antes do transporte do corpo para a cremação fosse lido para os presentes o texto que está destacado no final da carta e que todos cantassem “Canção da América”, de Milton Nascimento, e que as pessoas prestassem atenção na letra da canção.

Na quarta instrução ele pede para que no momento do que chamou de “churrasqueamento”, o que seria a cremação, fossem apresentadas as músicas “Confortably Numb” e “Wish You Were Here”, ambas do Pink Floyd. Ele pediu ainda que durante a execução das mesmas, mas pessoas tivessem em mãos a tradução, a qual ele deixou em anexo.

A última instrução pede que na cremação estejam apenas pessoas da família e amigos mais próximos e que suas cinzas sejam entregues para a Dr. Cássia, que as lançará ao vento “para que voltem à terra que as deu”.