Na madrugada deste domingo (12), a região serrana do estado do Rio Grande do Sul foi atingida pela segunda vez por uma chuva torrencial que ultrapassou os 100 milímetros e foi acompanhada com ventos de mais de 60 km/h em algumas regiões.

Uma das regiões mais atingidas foi a do município de Nova Prata, onde a chuva ultrapassou os 160 milímetros, deixando várias propriedades rurais alagadas e com prejuízo.

Uma delas foi a propriedade de Rogério Dall'Agnol, na Linha Severino Ribeiro, onde um bueiro obstruído ocasionou o acúmulo de água e o transbordo de um riacho próximo à propriedade.

Isso causou morte por afogamento de aproximadamente 35 mil frangos criados em aviários locais.

O número de aves mortas ao mesmo tempo é recorde histórico, de acordo com os registros da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de Nova Prata.

O prejuízo calculado gira em torno de R$ 350.000 para o produtor, que dependia inteiramente da criação de frangos para o sustento da família.

Segunda a coordenadora da Defesa Civil do Município, Patrícia Donadello Lovison, a chuva ocorreu entre 0h e 3h30. Ela informou que, além da morte das aves, vários alagamentos em áreas urbanas e rurais foram registrados.

Volnei Minozzo, prefeito de Nova Prata, afirmou que o fenômeno preocupou até os moradores mais antigos da cidade.

“Foi muita chuva em pouco espaço de tempo, e mesmo Nova Prata não tendo nenhum rio nas proximidades, tivemos muitos estragos. Alguns moradores que vivem aqui há 40 anos nunca tinham visto algo assim”, contou o prefeito.

Região é atingida pela segunda vez

Há aproximadamente 15 dias, a região já havia sido atingida por ventos fortes e chuvas torrenciais causadas pela ocorrência de um ciclone extratropical.

Especialistas em meteorologia classificaram o evento como um "ciclone bomba".

A ocorrência do ciclone deixou mais de 900 pessoas desabrigadas e inúmeras casas destelhadas ou com algum tipo de dano. As chuvas ocasionadas por tal sistema meteorológico causaram deslizamentos que deixaram mais de 10 mortos na região serrana do Rio Grande do Sul.

O vento ultrapassou 100 km/h e a força das rajadas foram tão intensas que, na cidade de Vacaria, a carroceria de um caminhão baú foi tombada pelos ventos.

Por ser a segunda vez em menos de 20 dias que a região é atingida, estradas, ruas, redes de energia elétrica e encanamentos não haviam sido totalmente reparados. A chuva torrencial que ocorreu neste domingo deixou ainda mais prejuízos para a população, que ainda cobria as suas casas de maneira improvisada com lonas, e dependiam do auxílio de instituições municipais e estaduais para garantir a sua segurança.

Algumas pessoas ficaram desabrigadas e estão em casas de parentes.