Nesta terça-feira (14), o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) denunciou Sari Corte Real, primeira-dama de Tamandaré, por abandono de incapaz com resultado de morte, combinando com artigos previstos do Código Penal Brasileiro que agravam as penas pelo crime "ter sido contra criança em meio à conjuntura de calamidade pública", no caso a pandemia do novo coronavírus. Agora, com esta denúncia, o inquérito que investiga a morte do menino Miguel Otávio seguirá para a Justiça.

Relembre o caso

O filho da agora ex-funcionária de Sari, Miguel, caiu do 9º andar do prédio de luxo onde a primeira-dama mora, no Recife, no dia 2 de junho.

No momento em que aconteceu o acidente, era a ex-patroa da mãe do menino quem estava responsável por cuidar do menor de idade. Isso tendo em vista que Mirtes Souza, mãe de Miguel Otávio, de 5 anos, havia saído para passear com os cachorros de Sari. Sari Corte Real chegou a ser detida por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar, mas pagou fiança de R$ 20 mil e responde ao processo em liberdade.

No último dia 1º de julho, a primeira-dama foi indiciada pela políia por abandono de incapaz com resultado de morte. Tal delito é considerado “preterdoloso”, que é quando uma pessoa acaba cometendo um crime diferente do que havia planejado inicialmente.

MP teve 15 dias para analisar o caso

No dia 3 de julho o MPPE recebeu o inquérito policial e tinha um prazo de 15 dias para avaliar o ocorrido e tomar uma decisão final.

Com a decisão tomada pelo MP, coube ao promotor de Justiça Criminal Eduardo Tavares apresentar a denúncia, que foi registrada na 1ª Vara de Crimes contra a Criança e Adolescente da capital pernambucana. Procurada pelo portal G1, a defesa da primeira-dama afirmou que Sari só irá se pronunciar sobre o assunto quando tiver acesso à denúncia feita pelo órgão.

Defesa de Mirtes emite nota

Diferente da defesa de Sari, ao ser procurada a defesa de Mirtes Renata Souza emitiu uma nota oficial sobre o novo episódio do caso. Segundo a nota, a mãe de Miguel recebeu “auspiciosamente” a notícia de que sua ex-patroa foi denunciada por “abandono qualificado”. E mais, ainda no comunicado, a defesa de Mirtes informou que o empenho para conseguir dar celeridade ao processo criminal do TJPE em meio à pandemia da Covid-19 também irá refletir “nos autos do processo”.

Na última segunda-feira (13), familiares e amigos da família do menino Miguel realizaram uma passeata no centro do Recife, pedindo que o MP dê mais atenção ao caso envolvendo a morte do garoto. Durante a passeata, o grupo partiu da praça da República e foi em direção ao MPPE, que fica localizado na avenida Visconde de Suassuna, em Santo Amaro.