Após a indução dos médicos, a menina de 10 anos que engravidou após sofrer abusos do tio por cerca de quatros, conseguiu expulsar o feto espontaneamente do seu útero na manhã desta segunda-feira (17), no Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros, o CISAM, que fica localizado no Recife, em Pernambuco.
De acordo com informações divulgadas pelo portal UOL, ainda na manhã desta segunda-feira (17), a menina também chegou a passar por uma avaliação médica para analisar se havia a necessidade da realização de uma curetagem para retirar alguns vestígios do feto.
Atualmente a criança segue sendo acompanhada pela avó e uma assistente social, que veio com a avó e a vítima do Espírito Santo, cidade onde as duas moram.
Segundo a coordenadora de enfermagem da unidade hospitalar, Benita Spinelli, quando é realizada a indução do aborto através de medicamento, algumas vezes o feto “não sai completo”. Caso isso ocorra, a menina precisará ser “submetida à curetagem” ainda nesta segunda-feira (17). Contudo, se tudo ocorrer bem, ela poderá receber alta médica na terça-feira (18).
Processo demora horas
Ainda segundo a coordenadora de enfermagem do hospital, o procedimento no qual a menina foi submetida “demora horas”, contudo, tudo corria conforme o espero. Benita afirmou existir uma sequência correta para a realização do aborto, por isso, assim que a menina deu entrada no hospital começou a ser feita uma indução, etapa que “leva algumas horas”.
Além disso, a profissional disse ainda que “ela já expulsou [o feto]”, mas seguia sendo atendida pela equipe médica.
A coordenadora ainda comentou sobre os protestos que foram realizados na noite do último domingo (16), em frente a unidade hospitalar. “Balbúrdia”, disse Benita Spinelli, que completou afirmando que hospital é um “local que requer silêncio, tranquilidade”.
Hospital se recusa a realizar aborto na menina
A menina e sua avó seguiram para o estado de Pernambuco depois que, mesmo diante de uma autorização judicial, o Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes, localizado em Vitória, se recusou a realizar o procedimento de aborto na criança.
Segundo informações divulgadas por uma reportagem do programa “Fantástico”, da Rede Globo, para justificar a não realização do procedimento, a unidade hospitalar alegou que a menina já havia ultrapassado o tempo de gravidez permitido para a realização do aborto, isso mesmo diante de uma autorização judicial que afirma ser legal a realização do procedimento em gestações acima das 20/22 semanas em casos de abusos sexuais, risco à vida da mãe ou em caso de feto com anencefalia.