No último sábado (29), a professora Ana Paula de Castro Batalha foi detida em flagrante acusada de racismo contra três mulheres em um bar na zona norte do Rio de Janeiro. Em uma gravação publicada nas redes sociais é possível ver o momento em que a professora surge cercada por policiais militares e chega, inclusive, a admitir ter ofendido as mulheres.

Não demorou muito e o flagrante foi registrado na 19ª DP, na Tijuca, onde também foi formalizado um boletim de ocorrência por injúria racial.

De acordo com informações passadas por testemunhas, enquanto permaneceu no bar Ana ofendeu e xingou funcionárias e até clientes que tentaram intervir na situação.

Segundo essas testemunhas, a professora usou palavras do tipo “preta”, “negra fedida” e “ladra” durante o desentendimento no bar.

Horas depois de ter sido presa, Ana Paula foi solta após pagar uma fiança no valor de dois salários mínimos, ou seja, cerca de R$ 2.200.

Garçonete relata o ocorrido

Uma das envolvidas no caso, Rosilene Gomes de Carvalho, de 52 anos, que trabalha como garçonete no bar, bateu um papo com o portal UOL e relatou todo o ocorrido. Segundo a garçonete, tudo estava correndo tranquilamente naquela noite, a não ser com a mesa da professora Ana Paula de Castro.

Rosilene diz que desde o início da noite Ana estava olhando para ela com um olhar de desdém e, inclusive, chegou a perguntá-la em tom de desprezo se ela trabalhava no estabelecimento.

Depois disso, a professora teria pedido que um funcionário do estabelecimento ficasse ao seu lado durante toda a noite, isso para que a fornecesse um atendimento exclusivo, no entanto, o seu pedido foi negado.

A funcionária do estabelecimento relata ter explicado para a cliente que o seu pedido não poderia ser atendido, isso porque o bar “não trabalha desta forma”.

Após a recusa, não demorou muito para que Ana reclamasse do drink afirmando que a bebida estava horrível e, inclusive, chegou a pedir água.

Neste momento, Rosilene questionou se a educadora gostaria da água com ou sem gás e, segundo a funcionária, Ana recomendou que a água fosse levada fechada, isso alegando ter medo de que a funcionária cuspisse na bebida.

Bar fechando

Perto da 1h da manhã, a funcionária retornou a mesa da professora, desta vez para avisar que o bar estava fechando. Ana então afirmou que não desejava mais nada e pediu a conta.

Troca de contas

A funcionária relata que a conta de Ana Paula havia dado algo em torno de R$ 80 e a conta da mesa ao lado da professora foi mais de R$ 200. No momento de entregar as contas, Rosilene diz ter se enganado, contudo, antes que ela pudesse reverter a situação, a professora começou a gritar e usar palavras para ofendê-la.

Segundo relato da funcionária, aos gritos, Ana a chamou de “negra” e disse que ela queria roubá-la. “Sua ladra, fedida”, teria dito a professora.

Após o início da confusão, o dono do bar foi até o salão, chegou a impedir que Ana Paula fosse linchada e informou que a mesma deixaria o local presa.