A saída do senador Ciro Nogueira (PP-PI) da comissão parlamentar de inquérito (CPI) da Covid-19 vem provocando mudanças nas cadeiras desse núcleo. Nogueira aceitou convite do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para chefiar a Casa Civil da Presidência da República. Membro titular da CPI, o senador atuava também como aguerrido defensor de assuntos relacionados ao Governo. A vaga de Ciro Nogueira será ocupada pelo senador Luis Carlos Heinze (PP-RS), que até então figurava como suplente na comissão.
Heinze na suplência de Ciro Nogueira
Mesmo na suplência de Ciro Nogueira, o senador Luis Carlos Heinze vinha mantendo participação ativa no organismo.
Ele também defende causas do governo na CPI e é adepto ao tratamento precoce da Covid-19, com medicamentos sem comprovada eficácia. Ciro Nogueira precisou pedir licença no Senado para comandar a Casa Civil, por isso, o seu cargo no Senado Federal será preenchido pela sua suplente, Eliane e Silva Nogueira (PP-PI), mãe do senador. Eliane tem 72 anos, nasceu em Teresina, é empresária e está em seu primeiro mandato político. Já a suplência vacante na CPI da Pandemia será preenchida pelo senador Flávio Bolsonaro (Patriotas-RJ). Flávio Bolsonaro é um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro.
CPI tem prazo ampliado
A comissão parlamentar de inquérito da Covid-19, onde atuava Ciro Nogueira, teve o prazo de duração estendido para mais 90 dias.
Neste momento os parlamentares encontram-se em recesso, devendo retomar as atividades já no mês de agosto. Conforme a Agência Brasil, até o momento os trabalhos da CPI resultaram em 33 depoimentos. Ao portal Correio Braziliense, a senadora Eliane Nogueira, empossada no cargo nesta quarta-feira (28), afirmou que continuará o trabalho do filho, sentindo honra e muita responsabilidade.
A empresária afirmou também que o amor pelo estado do Piauí e as ações voltadas à população mais vulnerável socialmente conduzirão o seu planejamento de trabalho no Senado Federal.
Ciro Nogueira na chapa com a mãe
Mãe de Ciro Nogueira, Eliane foi eleita suplente no ano de 2018, quando formou chapa com o filho. O senador Gil Marques de Medeiros (PP-PI), popularmente conhecido como Gil Paraibano, ficou com a segunda suplência.
Ano passado, Gil Paraibano elegeu-se prefeito de Picos no Piauí. A Lei das Inelegibilidades considerada como Lei Complementar (64/1990), não vê ilegalidade na indicação de pessoas com laços consanguíneos concorrentes à suplência. Discordando dessa tese, no ano passado, o senador Fabiano Contarato (Rede-ES), apresentou o PLP (253/2020), alterando a Lei das Inelegibilidades, proibindo a eleição de suplentes no Senado, nos níveis de cônjuges, companheiros ou parentes dos candidatos. A proposta ainda será analisada.
Nomeação
Com a nomeação do senador Ciro Nogueira, nesta quarta-feira (28), para a Casa Civil, o presidente Jair Bolsonaro promove uma minirreforma ministerial. Com isso, Bolsonaro recria o Ministério do Trabalho e Previdência, favorecendo a interlocução com os parlamentares do Congresso Nacional, principalmente no Senado, onde a atuação da CPI da Pandemia vem causando prejuízos à imagem do governo federal.