Foi publicado na última terça-feira (14) um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos da América, que rapidamente tornou-se assunto para discussão entre pesquisadores. O resultado da pesquisa foi lançado pela renomada revista Science e se baseou em dados estatísticos sobre a circulação de outros vírus.
A recomendação polêmica feita pelos pesquisadores sugere que, para evitar um colapso dos sistemas de saúde ao redor do mundo, o distanciamento social intermitente continue sendo utilizado como estratégia de enfrentamento à pandemia causada pelo novo coronavírus até 2022.
É importante saber que todos os estudos feitos até o momento são baseados nas poucas informações disponíveis sobre o vírus e que os cientistas acreditam que talvez tais medidas sejam necessárias.
Os estudos da Universidade de Harvard concluíram que o vírus pode voltar a circular a cada ano ou a cada dois anos, sendo mais recorrente nas estações frias do ano. No entanto, algumas pessoas que foram contaminados por vírus semelhantes ao novo coronavírus adquiriram imunidade após um ou dois anos.
O isolamento social foi adotado em vários países do mundo inteiro, sendo apontado como medida fundamental para a redução dos números de infectados pelo novo coronavírus e, consequentemente, redução no número de mortes.
A recomendação dos cientistas é a de que o período de isolamento seja mais longo, de até 20 semanas, evitando assim os maiores picos de contágio. “A menos que exista uma quantidade imensamente maior de pessoas imunes do que sabemos”, ponderou o professor de epidemologia da Universidade de Harvard, Marc Lipsitch.
Segundo Lipsitch, “prever o fim da pandemia para junho de 2020 não é consistente com o que sabemos sobre a propagação de infecções”. Assim, pode ser recomendada uma flexibilização do período de distanciamento social, de modo que os sistemas de saúde de cada um dos países ao redor do globo seja capaz de suportar e oferecer o atendimento necessário aos infectados.
A repercussão do estudo feito pela Harvard
O biólogo e pesquisador Atila Iamarino tem compartilhado informações sobre o avanço a covid-19 em suas redes sociais. Na tarde de ontem (14), ele comentou as conclusões do estudo publicado na revista Science.
Em seu Twitter, o biólogo compartilhou sua análise após a leitura do artigo. “Mas mesmo se a imunidade for permanente, pela necessidade de não deixar o sistema de saúde colapsar com todo mundo doente, precisaremos de 5 anos, até 2025, pra ter a 'imunidade de rebanho' que protege todo mundo. Isso contando com sistemas de saúde de primeiro mundo”, escreveu Atila.
Coronavírus no mundo
Os dados sobre o número de infectados e mortos pela covid-19 desde o início da atual pandemia são preocupantes e confirmam a necessidade de se manter o isolamento social. Até o momento são 2.006.513 casos confirmados e 128.886 mortes pela covid-19. No Brasil, 25.758 pessoas foram infectadas pelo novo coronavírus e 1.557 morreram.